Acatar a mudança defendida pelos ex-presidentes é a forma encontrada para resolver o tema, debatido com frequência no Senado desde o início do ano (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2012 às 14h25.
São Paulo - Afastado da Presidência depois de um processo de impeachment, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) mandou ontem um recado para a presidente Dilma Rousseff. Atribuindo sua queda a problemas de articulação política, o senador recomendou ao Planalto diálogo com o Congresso.
"O diálogo precisa ser reaberto. Esses canais de entendimento do Planalto com esta Casa e com a outra precisam estar inteiramente desobstruídos. É fundamental que o Planalto ouça esta Casa e ouça a Casa ao lado", disse Collor.
"E digo isso com a experiência de quem, exercendo a Presidência da República, desconheceu a importância fundamental do Senado e da Câmara dos Deputados para o processo democrático e de governabilidade. O resultado desse afastamento meu, então Presidente da República, do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment, no meu afastamento", completou o senador.
Collor disse esperar que a saída do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do deputado Candido Vaccarezza (PT-SP) das lideranças do governo no Senado e na Câmara não desestabilize a base de apoio de Dilma no Congresso. "Não vejo com tanta tranquilidade, como alguns estão vendo, essa transição e essa mudança de lideranças. Não enxergo assim. Gostaria de estar errado, mas é um momento extremamente delicado. Muito delicado, muito. A base do governo está sentindo um gosto de certo azedume", afirmou, em plenário.