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COI pede que governos paguem fatia de custos olímpicos

Os jogos poderão custar mais aos contribuintes diante dos atrasos e do caos na organização


	Anéis Olímpicos: as contas do evento não estão fechando apenas com a renda de marketing e patrocínios
 (Phil Noble/Reuters)

Anéis Olímpicos: as contas do evento não estão fechando apenas com a renda de marketing e patrocínios (Phil Noble/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 19h18.

Genebra - Os Jogos Olímpicos de 2016 poderão custar mais aos contribuintes diante dos atrasos e do caos na organização. O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai pedir que o governo federal, Prefeitura e Estado do Rio de Janeiro assumam uma maior parcela dos custos do evento, como forma de acelerar as obras e garantir que o evento não se transforme em um fracasso.

Fontes dentro da entidade com sede na Suíça confirmaram com exclusividade à Agência Estado que uma das principais constatações é de que as contas do evento simplesmente não estão fechando apenas com a renda de marketing e patrocínios. O buraco, portanto, terá de ser arcado pelos diferentes governos.

Nos últimos dias, o COI tem sido duramente pressionado por federações esportivas que alertam que a preparação do Rio se transformou em uma grande dor de cabeça. O comitê anunciou uma ação no evento, com a nomeação de um interventor, Gilbert Felli, e a criação de grupos para monitorar cada aspecto dos Jogos.

Outra decisão foi a de estabelecer um comitê organizador com a presença de representantes dos três níveis de governo no Brasil.

Uma primeira reunião ocorrerá já na segunda-feira, mas parte do debate irá tratar justamente das contas do evento. Em janeiro, o COB revelou que os jogos custarão R$ 7 bilhões, um aumento importante em relação aos valores apresentados em 2009, quando a estimativa apontava para gastos de R$ 4,8 bilhões.

A Agência Estado apurou que o novo orçamento já estava pronto há meses, mas havia sido bloqueado pelo Palácio do Planalto, que esperava o "momento adequado" para revelar o fato de que a conta ficará bem acima do que havia sido projetado.

Já em agosto de 2013, o COI soou o alerta em relação aos custos, já insinuando que uma parcela maior do preço do evento teria de ser arcado pelos governos e pedia uma definição de quem pagaria pelas obras.


Num levantamento feito naquele momento, a entidade já pedia ao Rio para adequar seu orçamento com a renda. Até o final do ano passado, a cidade ainda não tinha conseguido completar a meta de patrocinadores para o evento e o COI recomendava até mesmo que a capital fluminense começasse a preparar um Plano B, caso o orçamento previsto para as obras não conseguisse ser financiado.

"Até agora, Rio 2016 atingiu aproximadamente 60% (de contratos de patrocinadores), diante de uma meta de patrocínio ambiciosa", alertou o COI em um documento obtido pela Agência Estado.

"O Rio deve estudar seu plano de atividades para a geração total de renda (patrocínio, licenciamento e ingressos) diante do orçamento geral dos Jogos para entender o impacto do déficit na entrega dos Jogos e de suas operações", alertou. Numa das avaliações, o COI deixa claro que existe uma "pressão no fluxo de caixa como resultado do adiamento da assinatura de acordos de patrocínio".

CONTRATOS - Segundo o COI, o contrato de financiamento da Vila Olímpica estava comprometido. Há também um atraso no programa de seguros para o evento diante da escolha tardia de uma empresa para realizar o trabalho. Nas instalações esportivas, haveria um atraso na contratação de especialistas para planejar os aspectos de energia "por conta de pressões financeiras".

O orçamento dos Jogos Paralímpicos vivia uma situação ainda mais dramática. Existia uma "falta de planejamento de marketing" que poderia ter consequências para a própria "realização do evento".

A reportagem da Agência Estado pediu que o COI e o COB se pronunciassem oficialmente sobre o assunto, mas nenhuma das duas entidades respondeu aos pedidos de esclarecimentos.

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