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CNDL promete movimento contra retomada da CPMF

Roque Pellizzaro Junior, presidente da confederação, disse que fará uma "lista negra" dos políticos que defenderem a volta do imposto

Lojista em São Paulo: varejo está incomodado com carga tributária na ordem de 35% (Jorge Rosenberg/VEJA)
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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 14h27.

Brasília - O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, prometeu hoje fazer um grande movimento de identificação dos políticos que defenderem a retomada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Como da outra vez, vamos dar divulgação plena aos mentirosos. Vamos fazer uma lista negra em cada Estado de todos aqueles que defendem a volta do imposto. Será o Serviço de Proteção ao Contribuinte (SPC)", disse ele, brincando com a sigla do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), usado para minimizar o calote de consumidores no varejo.

Segundo Pellizzaro Junior, a lista negra ficará pronta assim que houver a votação sobre a CPMF. "O assunto só veio à pauta após as eleições. Isso é estelionato eleitoral, pois o povo tinha o fim da CPMF como definitivo", argumentou. Ele defendeu que, se fosse para entrar em pauta, a volta da contribuição deveria ter sido discutida durante a campanha. "O tema não estava em nenhum plano de governo que eu tenha conhecimento, e voltar ao assunto é trair seu próprio eleitor", alegou.

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Para o comércio, o primeiro impacto da volta da CPMF seria o enxugamento da liquidez da economia, segundo o presidente da entidade. Ele deixou claro que qualquer incidência de contribuição é repassada para o produto. "Todo imposto termina em sua excelência, o consumidor", resumiu.

Além de se dizer incomodado com a carga tributária da ordem de 35%, o líder do varejo chamou de "aberração" do momento tratar da volta da contribuição quando se discute a possibilidade de se fazer reforma tributária. "Isso se chama hipocrisia: ou discute reforma ou aumento de carga."

Apesar das críticas, Pellizzaro Junior disse não esperar nenhuma mudança substancial na economia com a gestão da presidente eleita, Dilma Rousseff, a partir de 2011. "O que esperamos mais é um ajuste fiscal, mas como a economia está aquecida, não deve gerar muito impacto", previu. Para ele, apesar da atividade forte, não há necessidade de aumento de juros pelo Banco Central, pois a demanda está sendo suprida pela importação de produtos a preços menores. "Isso não gera inflação muito grande", avaliou.

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