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Clima no Planalto é de conformismo e indignação

Em evento, coordenador agradeceu aos funcionários que trabalharam com ele e disse que poderiam estar se deslocando naquele momento para seu último evento juntos


	Dilma Rousseff: entre conformados e indignados, servidores do Palácio do Planalto estão há dias se preparando para a troca temporária de governo que pode ocorrer
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: entre conformados e indignados, servidores do Palácio do Planalto estão há dias se preparando para a troca temporária de governo que pode ocorrer (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2016 às 21h21.

Enquanto a equipe de apoio da Presidência da República se preparava para participar da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, um dos coordenadores agradeceu aos funcionários que trabalharam durante anos com ele e disse que poderiam estar se deslocando naquele momento para seu último evento juntos, já que ele é um servidor com cargo comissionado e possivelmente não continuará à frente do grupo a partir dos próximos dias.

Entre conformados e indignados, servidores do Palácio do Planalto estão há dias se preparando para a troca temporária de governo que pode ocorrer nestes dias, quando os senadores votarão o parecer favorável à continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Desde o último dia 17 de abril, quando a Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade do processo, as primeiras gavetas de salas e gabinetes começaram a ser esvaziadas.

Novo emprego

Há algumas semanas, as conversas sobre a necessidade de buscar um novo emprego começaram a circular pelos corredores. Mesmo os funcionários concursados de outros órgãos, que são cedidos para a Presidência, especulam se seria uma boa solução retornar ao setor de origem, pedir demissão por convicções políticas ou permanecer em seus postos à espera da chegada dos assessores de Michel Temer, vice-presidente que deverá assumir o poder com o afastamento de Dilma.

“Estou há 34 anos aqui. Se me tirarem, vou para casa”, disse um funcionário, comunicando que já tem tempo necessário para se aposentar e não deixou até hoje o posto porque não quer deixar de trabalhar. Desanimada, outra servidora informou que, para tentar manter o foco no trabalho, procura não pensar muito no que virá nos próximos dias e que, por enquanto, está “vivendo até o último momento”.

Discursos

Entre uma cobertura jornalística e outra, assessores aproveitaram o contato com repórteres para indagar se tinham informação sobre como seriam as primeiras movimentações de Temer na montagem da equipe e possível enxugamento de cargos.

No quarto andar do Palácio do Planalto, por onde circulam ministros de Estado, uma funcionária gritou nesta terça-feira (10) com uma jornalista dizendo que esta já tinha feito o “serviço” e que voltasse ao local na próxima quinta-feira (12), sinalizando que a imprensa teve papel fundamental no processo de impeachment e que na quinta já haveria um novo governo.

Na sexta-feira (6), em um discurso simbólico para o momento que vive, a presidente Dilma Rousseff disse que ficará “muito triste” e com o “coração partido” por não ver a transposição do Rio São Francisco ser inaugurada, uma das obras mais polêmicas e grandiosas dos governos petistas. Hoje, durante evento com as mulheres, Dilma afirmou que não está cansada de lutar.

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