São Paulo - A candidata Marina Silva ( PSB ), favorita a vencer em um eventual segundo turno de acordo com a pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Ibope , propôs hoje no primeiro debate televisivo eleitoral um governo multisetorial e aberto "aos melhores" de todos partidos.
Para ela, que assumiu a cabeça de chapa do PSB após a morte de Eduardo Campos , a questão é envolver as pessoas.
"Quero governar unindo o Brasil, com pessoas do bem de todos os setores, governar com pessoas honestas e competentes", declarou no primeiro debate entre os candidatos à presidência, transmitido pela "Band".
O debate contou com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e de Aécio Neves (PSDB), em terceiro lugar nas pesquisas, além de Luciana Genro (PSOL), Levi Fidelix (PR), Eduardo Jorge (PV) e Pastor Everaldo (PSC).
E foi no tema da polarização política que Marina, em segundo lugar nas pesquisas, se aferrou.
A ambientalista voltou a ser atacada no tema da agroindústria, setor com o qual traçou diferenças em sua carreira política.
"Minha posição é que a agroindústria é importante para a balança comercial, mas é preciso atuar com responsabilidade social", argumentou.
Marina focou em Dilma no momento das perguntas diretas, e questionou os avanços em segurança pública e educação.
Já Dilma centrou suas baterias em Aécio Neves, utilizando reiteradamente dados dos programas sociais de sua gestão e da de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, como o "Bolsa Família", "Luz para todos", "Mais médicos" e "Minha casa, minha vida".
A presidente, que aparece em primeiro lugar nas pesquisas, apresentou também os avanços das medidas implementadas depois da onda de protestos desencadeada em junho de 2013 por diferentes reivindicações sociais, como os "cinco pactos", entre os quais destacou mais recursos para a educação, vindos do pré-sal.
Mas admitiu que a reforma política proposta dentro desses cinco pactos parou no Congresso e sugeriu um plebiscito para a população "porque é um assunto central para acabar com a corrupção e a sonegação".
O enfrentamento à crise econômica internacional, "sem reduzir salários nem aumentar impostos", foi outro dos pontos destacados por Dilma, que também se referiu à política externa do país com ênfase no fortalecimento das relações com a África e a América Latina principalmente.
Já Aécio, por sua vez, buscou ressaltar a diferença entre os projetos políticos de seu partido, PSDB, e os do PT.
E se colocou a favor de uma "política econômica" que enfrente a "inflação e o baixo crescimento" dos últimos anos.
O ex-governador de Minas foi enfático ao afirmar que caso seja eleito presidente abortará o projeto do trem bala entre São Paulo e Rio de Janeiro.
"Com um orçamento desses, poderemos melhorar a mobilidade em pelo menos dez de nossas grandes cidades", justificou.
Segundo uma pesquisa divulgada hoje pelo Ibope, Dilma venceria o primeiro turno, em 5 de outubro, com 34%, seguida por Marina, que com 29% relegaria Aécio Neves ao terceiro lugar, com 19%.
Esses resultados forçariam um segundo turno, previsto para 26 de outubro, no qual Marina, com 45% venceria Dilma, que obteria 36%.
Também participaram outros quatro candidatos, cujas intenções de voto não chegam aos 2%: Luciana Genro, Eduardo Jorge, Levy Fidelix e Pastor Everaldo.
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1 /11(Valter Campanato/Agência Brasil)
São Paulo – Após o (barulhento) primeiro racha depois da candidatura, a equipe de
Marina Silva para a corrida ao Planalto já está costurada. Luiza Erundina (
PSB ) e Walter Feldman, recém-chegado ao grupo de confiança de Marina, serão responsáveis pela coordenação-geral da campanha. Segundo nota do PSB, o deputado federal Márcio França deve cuidar do caixa da campanha junto com o "marinista" Bazileu Margarido. Detalhe: França é candidato a vice-governador de São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin (
PSDB ). A aliança foi criticada pelo grupo de Marina. A lista completa dos nomes que compõem a equipe de campanha de Marina Silva ainda não foi divulgada.
- 2. Beto Albuquerque
2 /11(Reprodução/Facebook/Beto Albuquerque)
Candidato à vice-presidente na chapa do PSB, foi quatro vezes deputado federal. Atualmente, é o líder do partido na Câmara. Irá representar a coligação nos estados que Marina se recusar a fazer campanha com aliados, como São Paulo e Santa Catarina. Formado em Direito, ele mantém um
bom relacionamento com representantes do agronegócio – inimigos históricos de Marina. Nas duas últimas eleições para a Câmara, boa parte do dinheiro arrecadado por Beto veio dos cofres de empresas ligadas ao setor.
- 3. Luiza Erundina
3 /11(Agência Câmara)
Com a renúncia de Carlos Siqueira, Luiza Erundina assumiu a coordenação da campanha. Aos 77 anos, ela já foi prefeita de São Paulo e deputada federal quatro vezes consecutivas.
Também já foi filiada ao PT, do qual se desvinculou em 1997 depois de brigas internas por ter assumido um ministério no governo Itamar Franco. Desde então, está no PSB – embora não seja unanimidade dentro do partido.
- 4. Walter Feldman
4 /11(Agencia Camara)
Recém-chegado ao Rede Sustentabilidade, Walter Feldman teve toda sua trajetória política ligada ao PSDB. Foi três vezes deputado federal pelo partido, coordenador de subprefeituras da cidade de São Paulo durante o período em que José Serra foi prefeito e secretário chefe da Casa Civil durante o governo de Mário Covas no estado. Ele deixou o grupo tucano no ano passado. Antes disso, ele já participava da articulação para criar o partido de Marina, do qual hoje é porta-voz. A sua nomeação como coordenador-geral adjunto da campanha do PSB teria sido o estopim para a saída de Carlos Siqueira.
- 5. Maria Alice Setubal
5 /11(EXAME/Arquivo)
Amiga íntima de Marina desde 2010, a socióloga Maria Alice Setubal é herdeira de Olavo Setubal, o fundador do banco Itaú. Ela foi a principal responsável pela
captação de recursos e apoio à fundação da Rede Sustentabilidade – cujo registro foi negado pelo TSE no ano passado.
Conhecida como Neca (apelido originário da palavra “boneca”), é presidente da Fundação Tide Setubal e fundadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC). Socióloga formada pela USP, é coordenadora do programa de governo da campanha. .
- 6. Maurício Rands
6 /11(Câmara dos Deputados/Arquivo)
É primo da viúva de Eduardo Campos e coordenador do programa do governo da campanha junto com Neca. Advogado, foi eleito deputado federal duas vezes consecutivas pelo PT. Em 2012, ele se desfiliou do partido e renunciou ao cargo para não ser acusado de infidelidade partidária. Depois de se filiar ao PSB, o nome dele chegou a ser cotado para suceder Campos no governo de Pernambuco. Em entrevista ao
Rádio Jornal Pernambuco, ele afirmou ontem que continua na equipe até o final da campanha.
- 7. Eduardo Giannetti da Fonseca
7 /11(Divulgação)
Guru econômico de Marina desde 2010, Eduardo Giannetti é defensor da autonomia do Banco Central e do restabelecimento do tripé macroeconômico que pautou as políticas do governo de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro mandato de Lula. Giannetti é formado em Economia e Ciências Sociais pela USP.
- 8. André Lara Resende
8 /11(Paulo Jares)
André Lara Resende é um dos nomes por trás da elaboração do Plano Real. Economista pela PUC-Rio, combina a teoria econômica com meio ambiente e psicanálise. O produto deste pensamento o aproximou de Marina Silva. Ele foi citado por Neca em entrevista ao jornal
Folha de São Paulo como o parceiro de Giannetti na elaboração das propostas econômicas da chapa. A assessoria de imprensa da campanha, contudo, não confirma se ele integrará a equipe oficialmente.
- 9. Márcio França
9 /11(Divulgação/Assessoria de Imprensa)
Candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), Márcio França assume a coordenação financeira da campanha, segundo nota do
PSB. Foi prefeito de São Vicente (SP) e duas vezes deputado federal. É o líder do PSB em São Paulo. O partido de Marina é contrário à aliança com os tucanos. Em entrevista ao jornal
Estado de São Paulo no ano passado, ele afirmou que “não dá para a Rede chegar e apertar o delete em tudo”. Marina não irá fazer campanha em São Paulo.
- 10. Bazileu Margarido
10 /11(Reprodução/YouTube)
Bazileu Margarido foi chefe do gabinete de Marina no Ministério do Meio Ambiente e um dos principais articuladores da criação da Rede. Dividirá as responsabilidades no comitê financeiro da campanha com França.
- 11. Agora, veja uma seleção de frases de Marina Silva
11 /11(Lailson dos Santos/Veja)