Cláudia Costin discute os dilemas falsos (e problemas reais) da educação
Sobre formar para o mercado de trabalho ou para a vida, ela responde que uma coisa está ligada a outra: "Temos que formar um ser humano integral"
João Pedro Caleiro
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 08h00.
Última atualização em 22 de novembro de 2018 às 08h00.
São Paulo - "Pensar em educação é pensar em duas coisas que parecem ser conflitantes: excelência e equidade, ao mesmo tempo".
A lição é da especialista no tema Cláudia Costin, que já foi diretora sênior para educação no Banco Mundial, ministra da Administração Pública e Reforma Estadual, secretária municipal da Educação do Rio de Janeiro e secretária estadual da Cultura em São Paulo.
Ela foi entrevistada pela série “Brasil: ponto de partida?”, parceria da plataforma UM BRASIL, uma iniciativa da Fecomercio SP, com o Centro de Liderança Pública (CLP).
A série é parte do Projeto Visão Brasil 2030, idealizado em 2013 e que tem como objetivo pensar soluções para o país, em áreas prioritárias como saúde, infraestrutura, educação e segurança pública, entre outras.
Costin diz que avançar na educação passa por superar algumas falsas impressões. Uma delas é o mito da volta ao passado, quando teoricamente estava tudo resolvido:
"A escola pública de qualidade em que a minha geração estudou atendia a somente 40% das crianças. Esses estudantes eram filhos das elites, na maioria. Educar esse público é diferente de educar a todos", diz ela.
Outro é o suposto dilema sobre formar para o mercado de trabalho ou para a vida: "Temos que formar um ser humano integral. Não são coisas incompatíveis, uma está ligada à outra", diz Cláudia.
Duas coisas são certas: uma é que avaliação contínua e bem-feita é essencial para que políticas públicas não sejam feitas com "achismo".
A outra é que o professor, como peça-chave do processo, precisa ser motivado e ter garantias de educação continuada. Veja a entrevista completa, antecipada com exclusividade para EXAME: