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Cidades de SP buscam no CE plano para manter Cantareira

Plano cearense para escalonar o uso foi apresentado para que evitar que 3 milhões de pessoas venham a ficar sem água


	Vista do coletor de água no sistema de abastecimento de água da Cantareira na represa de Jaguari
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Vista do coletor de água no sistema de abastecimento de água da Cantareira na represa de Jaguari (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 19h12.

São Paulo - Um plano para escalonar o uso da água, baseado no sistema utilizado no Ceará, foi apresentado visando evitar que 3 milhões de pessoas em cidades como Campinas, Jundiaí e Piracicaba venham a ficar de torneiras secas.

O plano propõe dividir o uso da água por horários e setores para suportar o período de seca que está apenas começando. Estariam envolvidos todos os municípios ligados ao Sistema Cantareira.

A proposta partiu do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e foi debatida dois dias seguidos nas cidades paulistas de Paulínia e Americana com as empresas consorciadas e os municípios envolvidos.

A intenção é ter um plano de contingência para enfrentar a estiagem entre julho e setembro.

Nesta quinta-feira, 26, a consultora Rosana Garjulli apresentou as experiências realizadas no Ceará, onde a falta de água é comum e os rios são perenes, ou seja, ficam secos numa época do ano.

Para suportar esta situação os cearenses contam com reservatórios que retêm parte da água, que depois é distribuída de acordo com um conselho formado por representantes da comunidade e dos setores envolvidos.

No interior paulista a ideia não seria represar a água, mas definir horários que cada setor, como indústria e agricultura, por exemplo, poderiam usar o líquido.

Essa definição se daria através de um conselho parecido com o que é utilizado no Ceará, envolvendo todas as partes.

Uma minuta da proposta estará sendo apresentada nas próximas semanas e já levando em conta, inclusive, as considerações já apresentadas por municípios e empresas.

O professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Antonio Carlos Zuffo também esteve no encontro e realizou uma apresentação sobre a situação do Sistema Cantareira e a escassez hídrica nas Bacias PCJ e do Alto Tietê.

Segundo ele, se nada for feito em 100 dias a água deve secar e até mesmo a reserva técnica, ou "volume morto", estará no fim.

Zuffo disse ainda que não há garantias que as chuvas voltarão a partir do próximo ciclo hidrológico em volume suficiente para acabar com a crise hídrica.

Risco

O Consórcio PCJ alega que vem emitindo alertas desde o ano passado sobre a disponibilidade hídrica nas bacias que administra para empresas e municípios, incluindo os da Grande São Paulo, além de informar os órgãos gestores do Sistema Cantareira.

Os rios da região estão passando por um fenômeno climático extremo e com chuvas insuficientes. Este ano já choveu 300 milímetros a menos e a vazão de água que entra no Cantareira foi 60% menor que a média histórica para o período.

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