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Após bate-boca, Cid Gomes deixa Ministério da Educação

Após protagonizar uma discussão com deputados na Câmara, Cid Gomes (Pros) acaba de de pedir demissão do Ministério da Educação

O ministro da Educação, Cid Gomes, na Câmara dos Deputados: parlamentares passaram a discursar contra o ministro (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados/Fotos Públicas)

O ministro da Educação, Cid Gomes, na Câmara dos Deputados: parlamentares passaram a discursar contra o ministro (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados/Fotos Públicas)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 19 de março de 2015 às 09h10.

São Paulo  - Após protagonizar uma discussão com deputados na Câmara, Cid Gomes (PROS) acaba de pedir demissão do Ministério da  Educação (MEC). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Casa Civil

Há pouco, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, comunicou ao plenário a decisão do ministro de deixar o cargo. "Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes", anunciou em meio a aplausos dos parlamentares.

Nesta tarde, Cid repetiu para o plenário que há vários oportunistas entre os deputados federais. Ele foi convocado pela comissão geral da Câmara para esclarecer a crítica feita no último dia 27 a estudantes na Universidade Federal do Pará (UFPA).

Na ocasião, ele disse que "há uns 300 ou 400 deputados que quanto pior, melhor para eles. Eles querem que o governo esteja frágil de forma a eles achacarem mais, tomarem mais". O áudio da declaração vazou na internet. 

Durante seu discurso, o agora ex-ministro afirmou que a declaração teria sido uma posição "pessoal" compartilhada com um grupo restrito de estudantes de três universidades do Pará na sala do reitor da UFPA. A fala teria sido uma resposta ao questionamento sobre a falta de recursos para o ministério.

"Se alguém teve acesso a uma gravação não autorizada que não reflete a minha opinião pública que me perdoe. Eu não tenho mais idade", afirmou. 

Aos deputados, ele disse que  nutria um "profundo respeito pelo Parlamento", mas que muitos parlamentares tinham uma opostura oportunista. "Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo, vão para a oposição", disse.

"Prefiro ser acusado de ser mal-educado, do que, como ele, ser acusado de achaque", afirmou apontando para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). 

Após as declarações, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), pediu a demissão de Cid Gomes do cargo. A jornalistas, Picciani afirmou que se a presidente não aceitasse o pedido de demissão "passaria uma mensagem de que concorda com essa atitude", afirmou. 

Cid Gomes participa de Comissão Geral na Câmara para explicar sua declaração sobre parlamentares (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Conselho do irmão 

Ao blog do Eliomar, hospedado no jornal O Povo, o ex-deputado federal Ciro Gomes afirmou que teria aconselhado o irmão a repetir a declaração.

“Falar a verdade nesse país, especialmente nesses tempos, custa muito caro, mas esse preço tem de ser pago, porque quem faz história não são os pilantras que hoje dominam a cena nacional, e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos”, afirmou ao blog. 

Confira a íntegra da nota oficial do governo sobre o caso: 

"NOTA OFICIAL

O ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedicação dele à frente da pasta.

Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social
Presidência da República"

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