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Ciclone extratropical deixa 21 mortos no Rio Grande do Sul

Chuvas e enchentes deixaram 3.084 pessoas desalojados e 1.650 desabrigados, em mais de 62 municípios do estado

Ciclone: principais municípios atingidos são os do norte do Estado e da Serra Gaúcha (Ricardo Funari/Getty Images)

Ciclone: principais municípios atingidos são os do norte do Estado e da Serra Gaúcha (Ricardo Funari/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 18h51.

Um ciclone deixou 21 mortos no Rio Grande do Sul, anunciou, nesta terça-feira, 5, o governador Eduardo Leite, enquanto as autoridades alertam para possíveis novas enchentes.

"É com muita tristeza que recebemos a noticia de que, com as águas baixando (...), centenas de pessoas foram resgatadas, mas recebo agora a informação de 15 corpos localizados no município de Muçum. Isso nos causa imensa dor e faz elevar o número de mortos de 6 para 21", informou o governador.

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"É o maior número de mortos em um evento climático no estado", acrescentou Leite.

O ciclone impactou mais de 62 municípios e mais de 52 mil pessoas foram afetadas, enquanto as autoridades reportaram 3.084 desalojados e 1.650 desabrigados.

O governo do Rio Grande do Sul descreveu um fenômeno, iniciado na segunda-feira, com "queda de granizo, ventos fortes e tempestades", que causaram "deslizamentos e inundações".

"A água subiu muito rapidamente", disse Leite.

Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua "solidariedade" com as populações afetadas e declarou que seu governo está "pronto para ajudar", durante seu programa semanal nas redes sociais.

Na cidade de Passo Fundo, um homem morreu eletrocutado e em Ibiraiaras, um casal faleceu quando seu carro foi arrastado pela correnteza quando atravessava uma ponte.

Uma mulher idosa também morreu ao cair no rio enquanto era resgatada: o cabo com o qual estava sendo levada por um socorrista se rompeu. O socorrista ficou em estado grave.

O portal g1 relatou a morte de outra pessoa em Santa Catarina. Mas as autoridades advertem que o pior anda não passou: alguns rios ultrapassaram os níveis de inundação, e novas chuvas são esperadas a partir de quinta-feira.

Fenômenos extremos

O Brasil sofre com fenômenos extremos frequentes, e os cientistas não descartam uma ligação com os efeitos das mudanças climáticas.

Em junho, também no Rio Grande do Sul, um ciclone deixou pelo menos 13 mortos, enquanto milhares de pessoas foram evacuadas ou perderam suas casas.

Em fevereiro passado, 65 pessoas morreram em deslizamentos causados por chuvas recorde que atingiram São Sebastião, um destino turístico praiano a cerca de 200 km da cidade de São Paulo.

Naquela ocasião, mais de 600 mm de chuva caíram em 24 horas, mais do que o dobro do esperado para o mês.

Os especialistas também atribuem os efeitos devastadores à urbanização descontrolada.

Aproximadamente 9,5 milhões dos 203 milhões de habitantes do país vivem em áreas de risco sujeitas a deslizamentos ou enchentes.

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