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Chuvas no RS: vinícolas se unem para conter prejuízo e garantir abastecimento de vinho

Vale dos Vinhedos, uma das capitais do enoturismo nacional, fica em Bento Gonçalves, uma das cidades que mais sofrem com os efeitos do temporal, e onde 7 pessoas já morreram

Vale dos Vinhedos: área com algumas das vinícolas brasileiras mais famosas sofre com efeitos das chuvas (Naiára Martini (Aprovale)/Divulgação)

Vale dos Vinhedos: área com algumas das vinícolas brasileiras mais famosas sofre com efeitos das chuvas (Naiára Martini (Aprovale)/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 7 de maio de 2024 às 16h59.

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A cidade de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, uma das mais castigadas pelos efeitos da chuva histórica que atinge o Rio Grande do Sul, além de lar de mais de 123 mil habitantes que vêm sofrendo com a destruição e desabastecimento provocados pelo temporal, é também uma das capitais nacionais do turismo do vinho — o chamado enoturismo.

A Associação dos Produtores dos Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), questionada sobre a situação das vinícolas e restaurantes ligados a elas, afirma que ainda é cedo para calcular os prejuízos, mas que há uma força-tarefa para desobstruir estradas, diminuir danos e ajudar também os moradores que mais precisam de doações. De acordo com o presidente do grupo, Ronaldo Zorzi, há confiança de que a produção e comercialização dos vinhos para todo o país não serão interrompidos.

"A associação vem acompanhando com atenção e apreensão a situação pela qual passa o Rio Grande do Sul, em especial a Serra Gaúcha, em função das fortes chuvas que assolam a região, solidarizando-se de imediato com todos que foram atingidos e com as vítimas desse desastre. Os esforços coletivos são, agora, para atender às pessoas que precisam de suporte e garantir a segurança e o bem-estar daqueles que estão em necessidade", diz o presidente em comunicado. "Neste momento, há trabalho intenso para reparar os danos na infraestrutura da região, que teve estradas bloqueadas, queda de pontes, deslizamentos de terra, e muitos avanços já foram feitos em termos de acessibilidade e mobilidade. Porém, como a extensão dos danos é grande, ainda não é possível estratificar os prejuízos, nem avaliar com precisão a extensão dos danos".

O grupo acrescenta ainda que, entre seus associados no Vale dos Vinhedos, não houve, até agora, registro de danos estruturais graves a restaurantes ou vinícolas e que atendimentos têm sido feitos dentro do possível.

"Apesar desse cenário grave, até o momento, não há registros de avarias severas nos estabelecimentos dos associados – nem vinícolas, restaurantes ou outros estabelecimentos reportam terem sido afetados em termos de estrutura. Os estabelecimentos estão em funcionamento e, de forma geral, cumprindo os atendimentos que se mantiveram ou, em outros casos, remanejando reservas em função das dificuldades de acesso para a região, para maior segurança dos visitantes. No médio e longo prazo, ainda não é possível aferir os efeitos no enoturismo", afirma.

Sobre a produção dos vinhos, a associação explica que os vinhedos estão em "estado de dormência" e que, por isso, não foram afetados. As vinícolas continuam vendendo para todo o país — apesar do risco de atrasos por conta dos problemas de infraestrutura no estado — e os produtores fazem um apelo para que os consumidores sigam comprando os produtos em apoio à indústria.

"No que diz respeito à produção vinícola pela qual o Vale dos Vinhedos é referência, em função de estarem entrando em estado de dormência, os vinhedos não foram afetados pelas chuvas. Por conta das avarias na infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul, especialmente rodoviária, podem ocorrer atrasos nas entregas dos vinhos, mas elas seguramente serão feitas e, tão logo possível, normalizadas, sem risco de desabastecimento. Inclusive, é um pedido para que os consumidores continuem prestigiando os vinhos brasileiros, ajudando a sustentar os negócios e o enoturismo dessas regiões afetadas. Combinado ao atendimento às pessoas necessitadas, está sendo feita a avaliação dos danos causados pelas chuvas, bem como estudadas medidas de apoio e incentivo aos atingidos", conclui.

Mortes, resgates e risco de ruptura de barragens

Em última atualização, publicada nesta terça-feira, a prefeitura de Bento Gonçalves informou que foram registradas até agora no município 7 mortes já confirmadas por conta das chuvas. Ao todo, 997 pessoas foram resgatadas durante toda a operação, sendo 14 só nesta terça-feira pelos helicópteros.

A cidade sofre ainda com o risco de rompimento de barragens. O município é ameaçado por pelo menos três , segundo a Defesa Civil estadual, que estão em nível de emergência. Na noite desta segunda-feira, mais áreas de risco foram evacuadas.

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