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'Chuva preta': estraga o carro? É tóxica? Faz mal para a pele? Entenda

Fenômeno ocorre quando uma imensa quantidade de gases e partículas de poluentes no ar se une às partículas de água das nuvens

Agência o Globo
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Publicado em 16 de setembro de 2024 às 06h51.

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A fumaça das queimadas que encobre boa parte do país e uma frente fria deve continuar levando a “chuva preta” a estados do país. Segundo o biólogo e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Lucas Ferrante, a água decorrente deste fenômeno é tóxica e, ao entrar em contato com as mucosas e pele, pode resultar em alergias e irritações, principalmente na região dos olhos.

"Reservatórios de águas também são afetados por este tipo de chuva, devido a mudança do pH da água. Além disso, este tipo de chuva também pode intensificar o desgaste da pintura de veículos, provocando manchas e até intensificando a corrosão de superfícies já em processo de desgaste", explica o pesquisador.

A chuva preta agrega a fuligem das queimadas na Amazônia, no Cerrado e em outros biomas, e se forma com a combustão incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão e petróleo) e biomassa (madeira e resíduos agrícolas). A coloração escurece quando as gotas de chuva se misturam com partículas de fumaça e fuligem presentes na atmosfera.

Faz mal para plantas?

A ingestão dessa água não é recomendada para pessoas nem animais, pois ela está cheia de poluentes.

Assim como a ingestão da água da chuva preta pode trazer riscos à saúde, ela pode prejudicar as plantas. Isso porque os poluentes decorrentes da queimada, que estão presentes na água dessa chuva, podem afetar a disponibilidade de nutrientes para as plantas, prejudicando o seu crescimento.

Como se cuidar com a chuva preta

A água da chuva preta é imprópria para o consumo humano, mas o contato com o corpo não oferece maior perigo além de sujar a pele e as roupas. Mesmo assim, é preciso ter alguns cuidados que não diferem muito dos recomendados para áreas que já estão poluídas por nuvens de cinzas das queimadas da Amazônia e do Cerrado:

Monitoramento: Acompanhe as previsões meteorológicas e a qualidade do ar;

Hidratação: Aumente a ingestão de água para manter as vias respiratórias úmidas;

Redução da exposição: Evite atividades ao ar livre e mantenha portas e janelas fechadas;

Máscaras: O uso voltou com as ondas de fumaça sobre as cidades. No caso de chuva preta, ele deve ser avaliado individualmente. As máscaras auxiliam na redução da exposição às partículas maiores, em especial para pessoas com condições crônicas, como pneumopatas, cardiopatas e pessoas com problemas imunológicos;

Atividades físicas: A regra que vale para a fumaça, vale para a chuva: evite atividades ao ar livre em períodos de elevada concentração de poluentes e mantenha portas e janelas fechadas.

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