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Chegamos ao limite de restrições que podemos fazer, diz governo de SP

Começou a valer nesta segunda-feira, 15, a fase da quarentena chamada emergencial, com toque de recolher e teletrabalho obrigatório

Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo. (Germano Lüders/Exame)

Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo. (Germano Lüders/Exame)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 15 de março de 2021 às 15h49.

Última atualização em 15 de março de 2021 às 16h03.

Nesta segunda-feira, 15, começou a valer a fase da quarentena no estado de São Paulo chamada de "emergencial". A medida que vai até o dia 30 de março permite somente o funcionamento de serviços essenciais, como farmácias, supermercados e postos de gasolina, e proíbe os cultos religiosos e jogos de futebol. Fica obrigatório ainda o teletrabalho para serviços administrativos.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado São Paulo, Patricia Ellen, as medidas impostas neste momento são o limite que o governo estadual pode implementar. Qualquer determinação mais restritiva dependeria de uma coordenação do governo federal.

"Nós estamos no limite máximo de restrições que podíamos fazer. Todos os países que chegaram nessa situação fizeram restrição de circulação, toque de recolher, modelo de quarentena regionalizada. O que teria de diferente para isso seria restrição de pessoas entre estados, restrição de aeroportos, tudo isso é de atribuição do governo federal", disse ela em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

Pela primeira vez, o estado determinou um toque de recolher. Fica proibido circular nas ruas em todo o estado das 20h às 5h sem que haja um motivo justificável, como voltar do trabalho ou ir um atendimento médico urgente, por exemplo. Os agentes de segurança vão fazer blitze para verificar o motivo de as pessoas estarem fora de casa. Apesar disso, não haverá multa ou punição, apenas orientação.

O transporte público sob responsabilidade do estado não haverá alteração na quantidade ou na frequência.

Outras restrições envolvem setores que até então eram considerados essenciais. Lojas de material de construção, por exemplo, ficam proibidas de abrir. Outra alteração é a retirada de alimentos em restaurantes, que passa a ser proibida. A modalidade delivery está permitida a qualquer hora do dia, e a de drive-thru somente no período noturno, das 5h às 20h. As praias e os parques ficam fechados.

No ensino, a escolas estaduais vão antecipar dois recessos que seriam feitos ao longo do ano e param por 15 dias. As escolas municipais e privadas têm autonomia para definir, mas a orientação da Secretaria de Estado da Educação é para suspender as atividades. Caso a unidade permaneça aberta, precisam cumprir a capacidade máxima de 35%.

Grande SP tem 90% de ocupação na UTI

Até o fim de março, o governo de São Paulo vai abrir um novo hospital de campanha para atendimento exclusivo a pacientes com a covid-19 na capital paulista. São 180 leitos, sendo 130 de enfermaria e 50 de UTI. De acordo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o prédio fica no bairro de Santa Cecília e foi cedido, sem custo, ao estado. O custo de manutenção é de 12 milhões de reais mensais.

Toda a estrutura está sendo montada e a previsão é que 900 profissionais de saúde trabalhem no local. O novo hospital de campanha se soma a outros 11 que já foram anunciados na semana passada. Estas outras unidades ficam, além da cidade de São Paulo, em Santo André, Campinas, Ourinhos, Tupã, Itapetininga, Fernandópolis, Santos, Barretos, Botucatu e Andradina.

Restrições da fase "emergencial"

  • Apenas atividades essenciais podem funcionar, como supermercados, açougues, padarias, feiras livres, farmácias, postos de gasolina, petshops
  • Comércio, shoppings, academias, salões de beleza, bares precisam ficar fechados
  • Restaurantes: é permitida a entrega (delivery) por 24h. A compra sem sair do carro (drive-thru) vale das 5h às 20h. Consumo no local e a retirada direta de comida são proibidos
  • Teletrabalho de serviços administrativos é obrigatório
  • Parques e praias ficam fechados
  • Venda de bebida alcoólica só é permitida entre 6h e 20h
  • Qualquer tipo de aglomeração é proibido
  • Toque de recolher das 20h às 5h
  • Escolas estaduais ficam fechadas por 15 dias. Redes municipal e privada têm autonomia para decidir
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