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Chefe da Sabesp admite risco de racionamento de água em SP

Se não chover "nos lugares certos e nas quantidades necessárias", São Paulo pode entrar em um esquema de racionamento de água, diz presidente da Sabesp

Um funcionário da Sabesp na barragem de Jaguary em Braganca Paulista (Nacho Doce/Reuters)

Um funcionário da Sabesp na barragem de Jaguary em Braganca Paulista (Nacho Doce/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 09h48.

São Paulo – Em artigo publicado na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, confirmou que São Paulo corre risco de entrar em um esquema de racionamento de água caso os índices pluviométricos nos reservatórios não aumente.

“[O racionamento] não é o que a Sabesp tem feito, mas poderá ser forçada a fazê-lo, se continuar a não chover nos lugares certos e nas quantidades necessárias”, escreveu.

Por ora, Kelman afirma que a empresa pretende disponibilizar em seu site os horários de redução de pressão da água para cada local específico. Na semana passada, a Sabesp admitiu, pela primeira vez, que todos os bairros da região estão sendo ou serão afetados pela medida.

Segundo o engenheiro, o consumo de água na região metropolitana de São Paulo é 25% inferior ao que se consumia antes da crise hídrica. Mesmo assim, ele afirma que a capital e cidades do entorno ainda não estão vivendo um esquema de racionamento de água. Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin disse o oposto, mas voltou atrás. 

A redução da pressão da água é uma das explicações para o consumo menor do recurso. De acordo com Kelman, a  medida visa “diminuir o vazamento das tubulações enterradas no solo” e, assim, evitar a exaustão dos reservatórios.

Ele admite que a alternativa mais indicada seria trocar todas as tubulações antigas, mas, segundo ele, o processo seria demorado. “Existem cerca de 64 mil quilômetros de tubos enterrados na região metropolitana, o equivalente a uma volta e meia em torno da Terra”, afirmou. 

“Na crise atual, a Sabesp não tem como prestar o serviço como se a situação fosse de normalidade. Não é sensato brigar com os fatos”, escreveu. Na última quarta-feira, Kelman admitiu que se os níveis pluviométricos continuarem baixos, o Sistema Cantareira pode secar até março deste ano.

“Se não chover, neste cenário atual, o sofrimento da população vai aumentar. Não tem como escapar disso”, disse em entrevista ao SPTV, da Rede Globo. 

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