Cerveró diz que compra de refinaria foi um bom negócio
Ex-diretor: “projeto, em si, não foi malfadado. Foi um bom projeto na época. Estamos fazendo análise posterior a uma série de eventos que modificam cenário”
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2014 às 15h53.
Brasília - A compra da Refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras não foi um mau negócio, segundo o ex-diretor da área internacional da empresa brasileira, Nestor Cerveró. Ele explicou que o empreendimento no Texas perdeu valor quando a estatal redefiniu prioridades e concentrou os investimentos na exploração do pré-sal.
Hoje (16), durante uma audiência na Câmara, Cerveró rejeitou enfaticamente o termo “malfadado”, atribuído ao negócio por vários deputados, que questionaram aspectos do negócio. “O projeto, em si, não foi malfadado. Foi um bom projeto na época. Estamos fazendo análise posterior a uma série de eventos que modificam o cenário”.
Segundo ele, o projeto tinha rentabilidade “que nunca vamos saber se seria atingida, porque foi feita por mudança estratégica drástica do conselho de administração”, e completou: “Não posso condenar”, completou. Segundo ele, a descoberta do petróleo em camadas mais profundas criou mais demandas para os investimentos da estatal.
Perguntado sobre se faria, hoje, um resumo executivo igual ao que apresentou à época, Cerveró disse que sim, desde que considerando as mesmas condições de mercado. "Uma coisa é [falar] depois do jogo terminado. Sei que o projeto não teve condições de ser realizado. Mas até a execução e a aprovação, ele tinha todas condições econômicas de ser realizado. Se elas se repetissem, faria de novo, mas dentro dos conhecimentos que eu tinha na época", disse ele.
Nas contas apresentadas pelo ex-diretor, a Petrobras investiu US$ 1,23 bilhão no negócio. Ele disse que os custos de compra foram inferiores à média negociada em outras refinarias à época. Por isso, descartou que a estatal tenha pago um valor excessivo pela parte da refinaria norte-americana que pertencia ao grupo belga Astra Oil, quando as duas empresas se desentenderam.
Segundo Cerveró, o prejuízo contabilizado no negócio de Pasadena é contábil e que, nos primeiros meses, a refinaria teve resultados “muito positivos” e que “as margens de petróleo leve eram altas”, disse.
Sobre a desvalorização das ações da Petrobras, Cerveró disse que a redução no valor de mercado ocorre em função dos investimentos exigidos na exploração de petróleo do pré-sal. “Mas especialistas reconhecem que a Petrobras é um excelente investimento de médio prazo”, disse, ao lembrar que também é acionista da empresa.
Emocionado, o ex-diretor lembrou que trabalhou por 39 anos na empresa e disse que não se sentiu rebaixado quando foi retirado da área internacional. “Não concordo com essa questão do rebaixado”, afirmou.
O termo foi usado ontem (15) pela presidenta da Petrobras, Graça Foster, no Senado, quando afirmou que a falha no relatório de Cerveró, apresentado em 2006, provocou seu rebaixamento na empresa. Cerveró foi remanejado para a Diretoria Financeira da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras que atua no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis. Ele ocupou o cargo até o mês passado, quando foi afastado da estatal.
Brasília - A compra da Refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras não foi um mau negócio, segundo o ex-diretor da área internacional da empresa brasileira, Nestor Cerveró. Ele explicou que o empreendimento no Texas perdeu valor quando a estatal redefiniu prioridades e concentrou os investimentos na exploração do pré-sal.
Hoje (16), durante uma audiência na Câmara, Cerveró rejeitou enfaticamente o termo “malfadado”, atribuído ao negócio por vários deputados, que questionaram aspectos do negócio. “O projeto, em si, não foi malfadado. Foi um bom projeto na época. Estamos fazendo análise posterior a uma série de eventos que modificam o cenário”.
Segundo ele, o projeto tinha rentabilidade “que nunca vamos saber se seria atingida, porque foi feita por mudança estratégica drástica do conselho de administração”, e completou: “Não posso condenar”, completou. Segundo ele, a descoberta do petróleo em camadas mais profundas criou mais demandas para os investimentos da estatal.
Perguntado sobre se faria, hoje, um resumo executivo igual ao que apresentou à época, Cerveró disse que sim, desde que considerando as mesmas condições de mercado. "Uma coisa é [falar] depois do jogo terminado. Sei que o projeto não teve condições de ser realizado. Mas até a execução e a aprovação, ele tinha todas condições econômicas de ser realizado. Se elas se repetissem, faria de novo, mas dentro dos conhecimentos que eu tinha na época", disse ele.
Nas contas apresentadas pelo ex-diretor, a Petrobras investiu US$ 1,23 bilhão no negócio. Ele disse que os custos de compra foram inferiores à média negociada em outras refinarias à época. Por isso, descartou que a estatal tenha pago um valor excessivo pela parte da refinaria norte-americana que pertencia ao grupo belga Astra Oil, quando as duas empresas se desentenderam.
Segundo Cerveró, o prejuízo contabilizado no negócio de Pasadena é contábil e que, nos primeiros meses, a refinaria teve resultados “muito positivos” e que “as margens de petróleo leve eram altas”, disse.
Sobre a desvalorização das ações da Petrobras, Cerveró disse que a redução no valor de mercado ocorre em função dos investimentos exigidos na exploração de petróleo do pré-sal. “Mas especialistas reconhecem que a Petrobras é um excelente investimento de médio prazo”, disse, ao lembrar que também é acionista da empresa.
Emocionado, o ex-diretor lembrou que trabalhou por 39 anos na empresa e disse que não se sentiu rebaixado quando foi retirado da área internacional. “Não concordo com essa questão do rebaixado”, afirmou.
O termo foi usado ontem (15) pela presidenta da Petrobras, Graça Foster, no Senado, quando afirmou que a falha no relatório de Cerveró, apresentado em 2006, provocou seu rebaixamento na empresa. Cerveró foi remanejado para a Diretoria Financeira da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras que atua no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis. Ele ocupou o cargo até o mês passado, quando foi afastado da estatal.