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Centro de Ciências Rurais da UFSM perdeu 64 alunos

Mais da metade dos estudantes do centro morreram durante o incêndio na boate Kiss

Parente de vítima do incêndio na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, é consolda durante enterro: 26 alunos do curso de Agronomia perderam a vida (REUTERS/Edison Vara)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 19h58.

Porto Alegre - O Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) não será o mesmo quando a instituição retomar as aulas na semana que vem.

O alegre burburinho dos corredores do prédio 42, localizado em área verde a dez quilômetros do centro da cidade, concentrará o ar de perplexidade, dor e consternação que se alastrou pelo País nos últimos dias. Os estudantes e professores terão de conviver com o vazio provocado pela ausência de 64 colegas, mais da metade dos 113 alunos da instituição federal que morreram durante o incêndio.

Em todos os cursos, as turmas que mais sofreram foram as do segundo semestre, que perderam dez acadêmicos na Agronomia, nove na Tecnologia de Alimentos e cinco na Medicina Veterinária. Há uma triste lógica na proporção porque eram turmas do segundo semestre de vários cursos que haviam feito um acordo com a boate para ficar com parte da arrecadação dos ingressos que vendessem antecipadamente a colegas e convidados para a festa que denominaram "Agromeração". A prática tem o objetivo de arrecadar fundos para a formatura das turmas e é tradicional em Santa Maria.

Se considerados os totais por curso, incluindo-se todos os semestres, Agronomia perdeu 26 pessoas, Medicina Veterinária e Tecnologia de Alimentos 15 cada, Zootecnia cinco, Engenharia Florestal dois e Mestrado em Agronomia um. A dor também espalhou-se pot todo o Rio Grande do Sul porque os cursos são muito procurados por estudantes de regiões de produção agropecuária, um setor que puxa a economia gaúcha. "Não há como descrever a sensação que estamos sentido", diz Guinter Jacobi, 25 anos, de Bento Gonçalves, estudante do sexto semestre de Agronomia, que perdeu o amigo Leonardo Karsburg, de Uruguaiana, e voltou do litoral depois da tragédia. "É triste pensar que muitos dos nossos conhecidos não realizarão um sonho comum a todos nós, que era o da formatura".

Alessandra Bridi, 21 anos, acadêmica do sexto semestre de Veterinária, chamou a família de Vista Alegre para ter companhia para suportar esta semana. "Se eu fosse para a minha cidade acho que ia ficar louca", afirma. "Ir para casa ficaria complicado", complementa Rafael De Bem, 22 anos, do quarto semestre do mesmo curso, e natural de Palmeira das Missões. "Aqui estamos com amigos que sofreram a mesma dor e ficamos consolando uns aos outros".

Apesar da repercussão mundial, os estudantes repetem que "a ficha ainda não caiu", revelando o período de perplexidade pós-tragédia. "Não dá para acreditar que foi aqui, com a gente", revela Rafael Beck, 20 anos, também do quarto semestre de Veterinária e morador de Santa Maria. "Parece que eles (as vítimas) foram para casa e voltarão de um período de férias nos próximos dias". Além de se solidarizar com "a galera", o professor de Nutrição Animal, Leonir Pasqual, 51 anos, lembra dos pais. "Os alunos vão sobreviver com traumas", prevê, lembrando que, para os pais não há dor maior do que enterrar um filho.

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Porto Alegre - O Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) não será o mesmo quando a instituição retomar as aulas na semana que vem.

O alegre burburinho dos corredores do prédio 42, localizado em área verde a dez quilômetros do centro da cidade, concentrará o ar de perplexidade, dor e consternação que se alastrou pelo País nos últimos dias. Os estudantes e professores terão de conviver com o vazio provocado pela ausência de 64 colegas, mais da metade dos 113 alunos da instituição federal que morreram durante o incêndio.

Em todos os cursos, as turmas que mais sofreram foram as do segundo semestre, que perderam dez acadêmicos na Agronomia, nove na Tecnologia de Alimentos e cinco na Medicina Veterinária. Há uma triste lógica na proporção porque eram turmas do segundo semestre de vários cursos que haviam feito um acordo com a boate para ficar com parte da arrecadação dos ingressos que vendessem antecipadamente a colegas e convidados para a festa que denominaram "Agromeração". A prática tem o objetivo de arrecadar fundos para a formatura das turmas e é tradicional em Santa Maria.

Se considerados os totais por curso, incluindo-se todos os semestres, Agronomia perdeu 26 pessoas, Medicina Veterinária e Tecnologia de Alimentos 15 cada, Zootecnia cinco, Engenharia Florestal dois e Mestrado em Agronomia um. A dor também espalhou-se pot todo o Rio Grande do Sul porque os cursos são muito procurados por estudantes de regiões de produção agropecuária, um setor que puxa a economia gaúcha. "Não há como descrever a sensação que estamos sentido", diz Guinter Jacobi, 25 anos, de Bento Gonçalves, estudante do sexto semestre de Agronomia, que perdeu o amigo Leonardo Karsburg, de Uruguaiana, e voltou do litoral depois da tragédia. "É triste pensar que muitos dos nossos conhecidos não realizarão um sonho comum a todos nós, que era o da formatura".

Alessandra Bridi, 21 anos, acadêmica do sexto semestre de Veterinária, chamou a família de Vista Alegre para ter companhia para suportar esta semana. "Se eu fosse para a minha cidade acho que ia ficar louca", afirma. "Ir para casa ficaria complicado", complementa Rafael De Bem, 22 anos, do quarto semestre do mesmo curso, e natural de Palmeira das Missões. "Aqui estamos com amigos que sofreram a mesma dor e ficamos consolando uns aos outros".

Apesar da repercussão mundial, os estudantes repetem que "a ficha ainda não caiu", revelando o período de perplexidade pós-tragédia. "Não dá para acreditar que foi aqui, com a gente", revela Rafael Beck, 20 anos, também do quarto semestre de Veterinária e morador de Santa Maria. "Parece que eles (as vítimas) foram para casa e voltarão de um período de férias nos próximos dias". Além de se solidarizar com "a galera", o professor de Nutrição Animal, Leonir Pasqual, 51 anos, lembra dos pais. "Os alunos vão sobreviver com traumas", prevê, lembrando que, para os pais não há dor maior do que enterrar um filho.

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