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Censo atrasado, falta de recursos e novas pesquisas: os desafios de Pochmann na presidência do IBGE

Economista foi anunciado ontem como o novo presidente do instituto de estatística, numa escolha pessoal do presidente Lula

MÁRCIO POCHMANN: Economista fala dos riscos embutidos na reforma da previdência / Divulgação (PT/Divulgação)

MÁRCIO POCHMANN: Economista fala dos riscos embutidos na reforma da previdência / Divulgação (PT/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de julho de 2023 às 16h31.

Última atualização em 27 de julho de 2023 às 16h41.

O economista Márcio Pochmann, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o IBGE, que está interinamente nas mãos do diretor de Pesquisas Cimar Azeredo, vai enfrentar duas questões prementes: a falta de recursos e de pessoal. Nesta quinta-feira, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, admitiu que houve desencontro de informações sobre a escolha do nome para presidir o IBGE.

O instituto tem menos de 4 mil funcionários, número insuficiente para dar conta da demanda das atuais pesquisas e das que precisam ainda entrar no cardápio do órgão, como a do uso do tempo, que já comum em países vizinhos.

O Orçamento do IBGE está congelado em termos reais desde 2013, e o Censo, o maior levantamento socioeconômico do país, sofreu cortes severos, de quase um terço da previsão original, o que motivou atraso na coleta, com falta de recenseadores. A falta de pessoal é crônica, como lembrou a ex-presidente do instituto, Wasmália Bivar:

"O número que temos, abaixo de 4 mil, não se sustenta, mas é preciso que se façam concursos pensando no futuro, nas qualificações novas".

Este ano, o IBGE teria de ir a campo para começar a coleta de dados da "Pesquisa de Orçamentos Familiares" (POF), que detalha o perfil de consumo dos brasileiros e é a base para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência para o sistema de metas de inflação.

Com a mudança no perfil de consumo da população, principalmente depois da pandemia, esse material é fundamental. A última foi feita entre 2017 e 2018 e deve ter periodicidade de cinco anos.

Outra frente é a integração com os registros administrativos com as pesquisas do IBGE. Hoje, isso depende de convênios específicos. Os números do governo são necessários, desde a estimativa do produto interno bruto até as pesquisas sociais, como a "Síntese dos Indicadores Sociais".

Essa questão precisa de ação política forte, por depender de tramitação no Congresso para liberação de registros, principalmente da Receita Federal e Banco Central.

"O IBGE precisa de um projeto técnico que vai requerer força política para lidar com regramentos legislativos, do Congresso Nacional, mudanças no compartilhamento de dados de instituições públicas com o IBGE, harmonização de dados de gestoras de registros administrativas. O IBGE preciso alguém com vontade de fazer e capacidade de mobilização politica".

Acompanhe tudo sobre:IBGESimone-Tebet

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