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Causa da queda da aeronave e identificação das vítimas são foco das investigações em Valinhos

Um relatório preliminar sobre o que levou ao acidente aéreo será emitido em 30 dias, enquanto IML de São Paulo trabalha para reconhecimento de todos os corpos

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Publicado em 11 de agosto de 2024 às 10h52.

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Com todos os 62 corpos de vítimas da tragédia aérea em Vinhedo resgatados, a operação no local da queda da aeronave da Voepass agora irá se concentrar no apoio das investigações para as causas do acidente. Em outra frente, a perícia ainda trabalha para identificar todos passageiros e tripulantes mortos.

As causas do acidente são investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que deve emitir relatório preliminar sobre o desastre em 30 dias e que desde a noite de ontem está responsável pelos escombros da aeronave ATR-72, que saiu da cidade de Cascavel na tarde de sexta-feira.

As caixas-pretas com as informações sobre o voo chegaram a Brasília neste sábado e já estão em análise. O trabalho de investigação irá se concentrar primeiro na identificação do material de voz da cabine, segundo o brigadeiro Marcelo Moreno, do Cenipa. O segundo passo será dos dados de voo que estão gravados no Flight Data Recorder (FDR), um dos dispositivos que fazem parte da caixa-preta, segundo ele.

A avaliação do material será crucial para determinar as causas da queda. Enquanto o FDR registra os dados técnicos do voo, como altitude, velocidade e movimentos dos controles da aeronave, o Cockpit Voice Recorder (CVR), outro dispositivo da caixa-preta, traz as conversas na cabine.

O relatório mais detalhado sobre o que levou à queda do avião ainda pode demorar, mas a Força Aérea Brasileira (FAB), à qual o Cenipa é subordinado, informou que uma análise preliminar deve sair em até 30 dias.

A aeronave da fabricante ATR caiu cerca de quatro mil metros em apenas um minuto na última sexta-feira e deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. Não foram reportados pelo piloto comunicação de emergência ou alerta sobre condições meterológicas adversas.

O desastre aéreo, um dos mais letais em solo brasileiro, não deixou nenhum sobrevivente. Entre os mortos, estavam 34 homens e 28 mulheres. Das vítimas, quatro eram tripulantes da Voepass e quatro tinham dupla nacionalidade, com três venezuelanos e uma portuguesa.

Identificação das vítimas

Após a retirada dos corpos dos escombros, todas as vítimas foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML) central, em São Paulo, que montou uma operação especial para o reconhecimento de todos os mortos. O primeiro, com 12 vítimas, chegou ao local na manhã de sábado.

Não há um prazo definido para a identificação de todas as vítimas. Cerca de 40 técnicos, entre médicos e equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na operação. Até aqui, duas foram reconhecidas, entre elas o piloto da aeronave, Danilo Santos Romano, de 35 anos.

Os familiares das vítimas têm sido entrevistados, desde ontem, para ajudar na identificação. As famílias foram orientadas a entregar documentações médicas que possam auxiliar na identificação dos corpos. Há também a coleta de materiais biológicos e, quando necessário, será feito o exame de DNA, que tem um resultado mais demorado.

Próteses, tatuagens e fraturas podem ajudar as equipes que trabalham na identificação dos corpos, de acordo com o capitão da Defesa Civil de São Paulo Roberto Farina.

Três técnicas podem ser aplicadas pela perícia: a identificação por impressão digital, que é mais célere, análise da arcada dentária ou exame genético. As famílias pode optar por fazer a coleta de material em Cascavel, São Paulo ou Ribeirão Preto. É possível também emitir uma autorização para que terceiros façam a liberação dos corpos no IML, caso necessário.

 

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