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Casos de dengue aumentam 16,4% em São Paulo em janeiro

Os registros saltaram de 710 para 827. A zona leste da cidade concentra o maior número de ocorrências


	Os registros de dengue saltaram de 710 para 827: a zona leste da cidade concentra o maior número de ocorrências
 (Marvin Recinos / AFP)

Os registros de dengue saltaram de 710 para 827: a zona leste da cidade concentra o maior número de ocorrências (Marvin Recinos / AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 12h32.

São Paulo - O número de casos confirmados de dengue em janeiro teve aumento de 16,4% na capital paulista em relação ao mesmo período de 2015.

Segundo os dados apresentados nesta terça-feira, 23, pela Secretaria Municipal da Saúde, os registros saltaram de 710 para 827. No primeiro mês deste ano, houve 5.877 notificações, ante 2.406 em 2015.

A zona leste da cidade concentra o maior número de ocorrências, segundo a pasta. 

Os números ainda mostram avanço da dengue na capital entre a terceira e a quarta semana de janeiro. As notificações aumentaram 44,57% e as confirmações, 56,62%.

"O cenário de mais casos está relacionado com a falta d’água, o aumento da temperatura e a maior resistência do mosquito", afirmou o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha. Para ele, também há relação com mudanças de hábitos e a ação de profissionais de saúde.

"A população está mais preocupada e atenta não só com os quadros de dengue, mas com relação ao zika e à chikungunya. A nossa população procura mais as unidades de saúde. Como a Prefeitura colocou o teste rápido em todas as unidades e orientou os profissionais, tem uma procura maior, o que aumenta a notificação." Por enquanto, não há registro de mortes por dengue no Município.

Procuradas para falar sobre a relação entre crise hídrica e dengue, a Secretaria da Saúde do Estado e a Sabesp optaram por não se pronunciar.

Presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, Artur Timerman diz que a procura da população existe, mas seu efeito em estatísticas pode ser considerado inexpressivo.

"Quem tem dengue, quando a doença se manifesta, não consegue ficar em casa, porque tem febre muito alta e dor. Isso pode ter um papel, mas seria pouco expressivo."

Durante a apresentação do balanço, o secretário informou que 382.278 imóveis foram visitados até o dia 22 e, ao todo, foram encontrados 552.455 recipientes que poderiam receber criadouros do Aedes aegypti.

Zona leste

No levantamento da secretaria, a zona leste da capital aparece com mais casos. O distrito que encabeça a lista é Lajeado, com 68 registros - em janeiro de 2015, não houve nenhum. Ainda na região, destacam-se Penha (35), Parque do Carmo (24), Itaquera (23), Itaim (19) e Cangaíba (18).

Infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn diz que o verão mais chuvoso em relação ao do ano passado, além do menor número de pessoas infectadas na última epidemia, podem ter contribuído.

"O volume de chuvas é maior neste ano do que no ano passado e isso causa um empoçamento de água e a zona leste é um palco para enchentes e inundações. Outro fator é que a região enfrentou menor concentração de dengue em relação à zona norte, que teve empenho maior de controle de focos. O mosquito encontrou uma população no leste sem imunização."

Timerman completa que a presença do tipo 4 da dengue também interfere nos registros.

"Nos últimos dois anos, está prevalecendo o sorotipo 1, mas com a introdução do 4, temos um aumento dos casos", observou. Segundo o especialista, esse aumento se dá porque, ao ter um tipo de dengue, a pessoa fica imune a ele, mas ainda pode ter infecções pelos outros três sorotipos.

A zona leste será a primeira a receber duas tendas da dengue para atendimento de pacientes, a partir de hoje. Elas serão instaladas em Lajeado e em Cangaíba.

"Um dos critérios é que os hospitais da região estejam 40% ocupados com atendimentos de pacientes com dengue, mas não esperamos chegar a essa situação", diz Padilha.

No ano passado, dez tendas foram instaladas na capital, em maior número na zona norte, que teve o maior número de registros. Para este ano, estão previstas ao menos 14. Elas vão funcionar das 8 às 18 horas e vão fazer 150 atendimentos por dia.

Zika

Até o momento, nenhum caso autóctone de vírus zika foi registrado na cidade. Há 47 notificações, com quatro casos importados e três de pessoas de outros municípios atendidas na capital - nenhum deles era gestante.

Há três relatos descartados e os demais continuam em investigação.

O número de casos de microcefalia com possível relação com o vírus continua em seis, dos quais três foram de gestantes que vieram do Nordeste, uma mulher que viajou para Indaiatuba, no interior paulista, e duas que também viajaram por vários municípios do Estado de São Paulo com surto.

Chikungunya

Há dois casos autóctones de febre chikungunya confirmados. As vítimas são dois idosos moradores do Sacomã, zona sul. Foram notificadas 236 ocorrências, das quais 11 foram confirmadas e 212 estão em investigação. 

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