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Caso Marielle: PF prende três suspeitos de mandar assassinar vereadora e Anderson Gomes

Ao todo, a PF está cumprindo 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Publicado em 24 de março de 2024 às 08h10.

Última atualização em 24 de março de 2024 às 12h38.

Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça", informou a PF, em nota.

A operação Murder Inc. acontece menos de uma semana após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada firmada por Ronniel Lessa, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República. O ex-policial militar foi preso em março de 2019 pela participação nas mortes e, na delação do também ex-policial militar Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista. Ele foi expulso da corporação e condenado, em 2021, a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime.

Marielle (Emmanuele Contini/NurPhoto//Getty Images)

Investigadores ainda trabalham para identificar a motivação do crime. Entre as suspeitas, está a expansão territorial da milícia no Rio.

Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou "a operação conjunta tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação" e que "também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça".

Em seu perfil nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, escreveu: "Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?Agradeço o empenho da PF, do gov federal, do MP federal e estadual e do ministro Alexandre de Moraes. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!".

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Defesa diz que Domingos Brazão é inocente

O advogado de Domingos Brazão, Ubiratan Guedes, afirmou na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro (PFRJ), que não procede a acusação de que seu cliente foi um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Em rápida entrevista à imprensa, Guedes afirmou que Domingos Brazão “não conhecia Marielle, não tinha nenhuma ligação com Marielle”. Segundo o advogado, agora, cabe à defesa provar a inocência de seu cliente, indicou.

Guedes foi enfático ao dizer que Domingos Brazão “nunca teve nenhuma ligação com a Marielle. Nunca, nunca”, insistiu. Ele reforçou que não procede a imputação contra seu cliente, que não teve “ligação com a Marielle politicamente”.

Para sustentar sua certeza quanto à inocência de Domingos Brazão, o advogado informou que conhece o cliente e acompanha o caso há dois anos.

Quem mandou matar Marielle Franco?

Os alvos da operação que mira os supostos mandantes dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes são o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio.

Seis anos da morte da Marielle

No último dia 14 de março, a morte da parlamentar e de seu motorista Anderson Gomes completou seis anos, sem uma resolução completa do caso. Os executores do crime já foram presos, mas a polícia investiga quem foi o suposto mandante.

O ex-ministro da Justiça e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, colocou a resolução do caso como uma das entregas da pasta. Empossado em fevereiro como chefe da Justiça, Lewandowski disse que o caso iria avançar em "breve", com informações sobre os mandantes do crime.

Relembre o caso do assassinato de Marielle Franco

Por volta das 21h30 do dia 14 de março de 2018, Marielle e Anderson foram alvejados em uma rua do Estácio, na zona norte da cidade, por sete tiros, disparados de dentro de um carro, quando voltavam de um evento promovido pelo partido da vereadora, o PSOL. Fernanda Chaves, então assessora da parlamentar, estava no veículo e sobreviveu ao ataque, atingida apenas por estilhaços de vidro.

A arma utilizada no crime foi uma submetralhadora desviada do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tropa especial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), conforme as investigações. Segundo a delação premiada de Élcio, o armamento foi extraviado do acervo da corporação durante um incêndio.

Desde então, as investigações avançaram lentamente e várias trocas no comando da apuração foram realizadas nos últimos anos. No ano passado, novos desdobramentos do caso reacenderam a esperança de familiares de Marielle por informações que levam ao autor intelectual do assassinato.

O ex-policial militar que participou da execução Élcio Queiroz, motorista do carro utilizado pelos criminosos, fechou um acordo de delação premiada em 2023 e trouxe à tona novas peças que desvendam o planejamento e o desdobramento dos assassinatos.

Segundo Queiroz, o suposto contratante do crime foi o ex-policial militar Edmilson Oliveira da Silva, conhecido como "Macalé". Ele e "Suel" apelido do ex-bombeiro Maxwell Simões eram responsáveis por vigiar e monitorar Marielle desde os últimos meses de 2017. Segundo a PF, o carro usado no homicídio, um Chevrolet Cobalt, de posse de Macalé, foi flagrado em locais onde a vereadora cumpria compromissos.

Com Agência o Globo. 

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