Caso Dom e Bruno: PF já identificou ao menos 8 suspeitos
Três deles já estão presos. Suspeita é de que grupo tenha auxiliado executores a esconderem os corpos em área de difícil acesso próxima ao Vale do Javari (AM)
Agência O Globo
Publicado em 19 de junho de 2022 às 13h47.
As investigações policiais acerca dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips já chegaram a pelo menos oito pessoas suspeitas de participação no crime, cometido há duas semanas, em área próxima à terra indígena do Vale do Javari (AM). A informação é do portal g1.
Três dos suspeitos, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado – que confessou o crime –, Oseney da Costa Oliveira, o Dos Santos, e Jeferson da Silva Lima, o Peladinho ou Pelado da Dinha – que assumiu ter participado, mas negou que tenha feito disparos –, já estão presos. Ao ser detido, o último já tinha afirmado aos policiais que "havia mais gente envolvida", conforme informações obtidas pelo GLOBO.
A suspeita da polícia é de que os cinco novos identificados tenham ajudado os executores a esconderem os corpos, em área de difícil acesso e à qual a Polícia Federal só conseguiu chegar porque foi guiada pelo assassino confesso, Amarildo. Lá, eles encontraram restos mortais enterrados que, após exames genéticos feitos em Brasília, foram confirmados como sendo de Bruno e Dom.
A perícia feita no que os policiais chamaram de "remanescentes humanos" também revelou alguns detalhes sobre a brutalidade do crime. Bruno levou pelo menos três tiros, sendo um na cabeça e dois na região do tórax. Dom também foi baleado ao menos uma vez na região torácica. A munição utilizada pelos bandidos era típica de caça, segundo o laudo de PF.
As investigações seguem em sigilo e a polícia ainda não revela quais são as principais linhas de investigação acerca da motivação para o crime, apesar de os agentes já terem afirmado que não há indícios de que tenha havido ordem de um mandante para que Bruno e Dom fossem executados.
No entanto, sabe-se que a pesca ilegal e o tráfico de drogas são braços do crime organizado que atuam naquela região, por muitas vezes invadindo os limites pertencentes à terra indígena. Bruno Pereira dedicava a vida a denunciar e ajudar a coibir as práticas, em defesa dos indígenas.