Brasil

Cármen e Dodge cobram fim das desigualdades de gênero

A presidente do STF avaliou que "o Brasil tem como um dos principais problemas a serem enfrentados o de superar as desigualdades"

Cármen Lúcia e Raquel Dodge: ambas participaram da abertura da 1ª Conferência Nacional das Procuradoras da República (Wilson Dias/Agência Brasil)

Cármen Lúcia e Raquel Dodge: ambas participaram da abertura da 1ª Conferência Nacional das Procuradoras da República (Wilson Dias/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 15 de junho de 2018 às 17h40.

Dirigentes de duas das principais instituições brasileiras, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e a procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, defenderam a ampliação da participação das mulheres nas posições de poder e o fim das desigualdades de gênero no Brasil.

Ambas participaram da abertura da 1ª Conferência Nacional das Procuradoras da República, na tarde desta sexta-feira (15), em Brasília.

A presidente do STF avaliou que "o Brasil tem como um dos principais problemas a serem enfrentados o de superar as desigualdades".

Relembrando a elaboração da Constituição Federal, que em outubro completará 30 anos, Cármen Lúcia afirmou que, devido à marcante desigualdade e a existência de preconceitos contra mulheres, a Carta Magna destaca o princípio da igualdade e aponta expressamente que homens e mulheres são iguais perante a lei.

Ao contrário do que consta na norma, contudo, citou que o Brasil ainda convive com atos de violência praticados contra mulheres pelo fato de serem mulheres e também com um maior número de homens eleitos para os cargos legislativos, embora as mulheres sejam a maior parte da população. "Todas essas desigualdades são apenas a expressão de uma sociedade que ainda não aprendeu a igualar", afirmou.

Políticas afirmativas

A ampliação da participação feminina também foi defendida por Raquel Dodge, primeira mulher a assumir a Procuradoria-Geral da República.

Para tanto, a procuradora-geral citou a necessidade de políticas afirmativas, a exemplo da destinação de, no mínimo, 30% do Fundo Partidário para candidaturas de mulheres pelo STF, regra que já valerá nas eleições deste ano. Na legislatura atual, parlamentares mulheres ocupam apenas 10% das vagas na Câmara dos Deputados.

Além da representação na política, Raquel Dodge avaliou que, apesar de avanços conquistados ao longo do último século, como o direito de votar e ser votada e o de gerir o próprio patrimônio após o casamento, "os direitos das mulheres ainda estão sendo construídos, e isso é preciso reconhecer e declarar".

Diante desse quadro, a procuradora-geral se comprometeu a "reivindicar que homens e mulheres sejam reconhecidos e tratados como iguais, em beneficio de todos".

A 1ª Conferência Nacional das Procuradoras da República conta com a participação de mulheres que chefiam o Ministério Público da França, do Paraguai e de Portugal, parlamentares e cerca de 100 integrantes dos três níveis da carreira. Hoje e amanhã, as procuradoras debaterão ingresso, permanência e movimentação na carreira, condições de trabalho e empoderamento, liderança e participação político institucional.

Acompanhe tudo sobre:Cármen LúciaMulheresRaquel DodgeSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Quero ser responsável pela vitória dele, diz Lula no lançamento da candidatura de Boulos em SP

Com esquerda em peso e até bolsonarista, PSD oficializa candidatura de Paes sem definir vice

Vamos colocar a periferia em primeiro lugar, diz Boulos ao oficializar candidatura ao lado de Lula

Fuad e Kassab apostam em discurso moderado e feitos da gestão para reeleição em prefeitura BH

Mais na Exame