Carlos Wizard diz que não vai mais integrar Ministério da Saúde
O empresário disse em nota que não vai mais atuar como conselheiro do Ministério da Saúde e não vai integrar Secretaria da pasta
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2020 às 20h10.
Última atualização em 8 de junho de 2020 às 09h03.
O empresário Carlos Wizard afirmou que não pretende mais colaborar como "conselheiro" do Ministério da Saúde . Nas últimas semanas, Wizard vinha participando de reuniões da pasta. O empresário criou polêmica na semana passada, ao afirmar que estados brasileiros estariam "inflando" o número de mortos e casos do novo coronavírus .
Wizard confirmou em nota que foi convidado a integrar aSecretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, mas que não irá aceitar o convite.
"Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima", disse Wizard em nota.
O empresário chegou a conceder entrevista à EXAME na semana passada, após o convite para assumir o cargo, quando afirmou que já estava atuando em processo de compra de equipamentos para o Ministério.Entre outras funções, a secretaria é responsável pela compra de vacinas e remédios para o novo coronavírus e também de respiradores.
Fundador da escola de inglês Wizard, vendida para o grupo britânico Pearson por 2 bilhões de reais, atualmente o empresário atua nas áreas de fast food, com as redes Pizza Hut, KFC e Taco Bells; de alimentação saudável, com a rede Mundo Verde; e também no setor de educação, com a escola de inglês Wise Up, que controla em sociedade com o empresário Flávio Augusto da Silva. O empresário também faz trabalho humanitário com imigrantes em Roraima.
Mesmo ainda não fazendo parte do Ministério oficialmente, Wizard disse nesta semana que o governo iria revisar os dados de mortos e infectados pelo novo coronavírus, o que gerou reações negativas de boa parte da comunidade médica.
"Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas", disse na nota.
Número de casos
Em outra frente sobre a polêmica do número de casos, desde o boletim de sexta, 5, o governo federal deixou de apresentar o número total de mortes e casos por covid-19, informação que sumiu do site oficial sobre a doença. Os balanços também passaram a ser publicados às 22h, em vez de 19h.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento extrajudicial para apurar o atraso do Ministério da Saúde na divulgação dos dados.
O caso chegou a fazer o Brasil sair temporariamente do ranking da Johns Hopkins University, que atualiza em tempo real os dados de coronavírus pelo mundo e virou referência mundial. A universidade usa os dados oficiais dos países.