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Cardozo pede "maturidade" para aprovar reforma política

O ministro da Justiça afirmou nesta segunda-feira que é o momento de se "minimizar divergências" e "ter maturidade" para aprovar a reforma


	José Eduardo Cardozo: "não podemos permanecer com um sistema que abre as portas para a corrupção", afirmou
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

José Eduardo Cardozo: "não podemos permanecer com um sistema que abre as portas para a corrupção", afirmou (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 13h06.

São Paulo - No dia seguinte ao maior protesto político desde a Diretas-Já, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira, 16, que é o momento de se "minimizar divergências" e "ter maturidade" para aprovar a reforma política, considerada por ele a resposta adequada às manifestações ocorridas nesse domingo.

Quase dois anos depois de apresentar a mesma proposta defendida em 2013, durante os protestos de junho, Cardozo argumentou que a medida não avançou naquela ocasião por decisão do Congresso, mas que agora as últimas manifestações vão "canalizar a reflexão para todas as lideranças políticas".

"O problema [apontado nas manifestações] persiste. Temos que ter sensibilidade de perceber que a sociedade deseja um novo sistema político, que garanta representatividade aos seus olhos. Não podemos permanecer com um sistema que abre as portas para a corrupção", afirmou o ministro em entrevista à Rádio Estadão, nesta manhã.

Escalado pela presidente Dilma Rousseff para comentar os protestos, Cardozo repetiu que a indignação com a corrupção é a principal bandeira das pessoas que foram às ruas e, segundo ele, além de medidas anticorrupção, é preciso realizar mudanças no sistema político brasileiro.

Parte das propostas foram apresentadas pela presidente Dilma Rousseff em 2013, mas pouco avançaram no Congresso.

Na época, parlamentares da base e da oposição reivindicaram o direito de liderar as discussões por ser uma atribuição do Legislativo.

A defesa da reforma política, no entanto, volta em um momento de turbulência entre o Planalto e o Congresso.

"Temos que ter sensibilidade de buscar nesta hora convergências e minimizar divergências. (...) Temos que ser maiores neste momento", afirmou Cardozo.

O ministro voltou a enfatizar a necessidade de coibir a doação de campanha por empresas, tema já em discussão pelo Supremo Tribunal Federal.

No início da atual legislatura, Câmara e Senado retomaram os debates sobre a reforma com a promessa de aprovar propostas ainda neste ano.

"Tenho a confiança de que as manifestações irão canalizar a reflexão para todas as lideranças políticas do país, para todas as lideranças da sociedade civil, para que nós possamos ter maturidade de pactuar as mudanças que são necessárias", afirmou o ministro ao cobrar "maturidade" para fazer as mudanças necessárias.

"O governo fez lá em 2013 o que tinha que fazer. Nem tudo dependia dele. Nada mais justo que agora, uma vez que os problemas persistem, que nós venhamos a insistir e a dialogar", disse Cardozo.

Na lista das medidas avaliadas pelo governo federal para responder às manifestações, o Planalto inclui o pacote anticorrupção, que será enviado ao Congresso nos próximos dias.

Ele prevê tornar crime o caixa 2 e o confisco de bens adquiridos de forma ilícita por agentes públicos.

Não eleitores.

Cardozo procurou também explicar a declaração do ministro Miguel Rossetto, nesse domingo, segundo quem "majoritariamente" eleitores que não votaram em Dilma participaram dos protestos.

"As falas devem ser bem compreendidas. Tivemos manifestações em que visivelmente o universo que estava posto envolvia segmentos dos mais diferenciados. Ele disse que predominantemente, tendo em vista os locais onde as manifestações foram mais densas, uma grande quantidade de pessoas que não votaram na presidente participou. É natural que seja assim. (...) Sem menosprezar quem foi às ruas. É legítimo. Cabe ao governo ouvir e dialogar", disse.

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