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Cardozo diz que armar população não combate a violência

Em uma das respostas a internautas no Facebook, Cardozo manifestou-se sobre uma possível revogação do Estatuto do Desarmamento


	José Eduardo Cardozo, ministro da justiça: "em vez de armá-las, é fundamental desarmar as pessoas para combater a violência"
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

José Eduardo Cardozo, ministro da justiça: "em vez de armá-las, é fundamental desarmar as pessoas para combater a violência" (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 14h49.

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, respondeu hoje (27) a perguntas de internautas no Facebook, como parte do programa Dialoga Brasil, do governo federal.

Em uma das respostas, Cardozo manifestou-se sobre uma possível revogação do Estatuto do Desarmamento. Segundo ele, "é um equívoco, demonstrado por estudos de segurança pública, afirmar que a criminalidade e a violência são reduzidas quando a população está armada".

"Arma não é instrumento de defesa, mas de ataque. Quando uma pessoa tenta se defender utilizando uma arma, na maior parte das vezes não só não coíbe a violência, mas também se torna vítima", disse o ministro.

"Tenho uma posição, portanto, de absoluto convencimento, a partir de estudos científicos, que, em vez de armá-las, é fundamental desarmar as pessoas para combater a violência".

Cardozo acrescentou outros riscos na avaliação sobre porte de armas. "As pessoas sem antecedentes criminais, em momentos de desatino, cometem crimes violentos, matando esposas, maridos, filhos e outros. Também é sabido que armas são roubadas de cidadãos que não praticam crimes e servem a atos violentos. Do mesmo modo, é sabido que crianças pegam armas dos pais, ferem e matam".

O ministro acrescentou que informações falsas são espalhadas por lobbies de indústrias interessadas em ampliar seus mercados, "visando a obter lucros à custa da vida de seres humanos"

O perfil do Dialoga Brasil chegou a postar uma foto do ministro em frente a um computador para "provar" que ele estava acompanhando e respondendo às perguntas.

"Sou eu mesmo. Afinal, seria absurdo se o ministro da Justiça incorresse em crime de estelionato...[risos]", publicou o Dialoga Brasil, em resposta a um internauta que questionou a presença do ministro.

Entre os temas mais perguntados, destacou-se a cobrança pela contratação de candidatos aprovados no concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), feita por ao menos 30 internautas.

O ministro reconheceu que são necessários mais homens e mulheres na PRF, mas afirmou que "evidentemente temos de estar sempre dentro das condições orçamentárias e financeiras".

"Estamos buscando a ampliação de efetivos da PRF no limite de nossas possibilidades orçamentárias e financeiras. Tudo que pode ser feito está sendo feito", disse a outro internauta.

Outro questionamento que se repetiu foi a respeito dos vazamentos de informações das investigações da Operação Lava Jato. Cardozo afirmou que "não cabe ao ministro orientar a Polícia Federal acerca de quem deve ou pode ser investigado".

Cardozo esclareceu, entretanto, que o ministro deve determinar investigações "sempre que existir indícios de autoridades policiais que cometem ilegalidades e agem com abuso de poder".

"Temos inquéritos de processos disciplinares abertos por vazamentos ilegais e outros atos arbitrários que possam ter ocorrido em investigações. Essa é a postura que tenho por correta e que será adotada pelo ministro da Justiça enquanto couber a mim a direção da pasta", concluiu.

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