Capoteiro é chamado por engano e depõe na Lava Jato
O capoteiro de veículos Jorge Washington Blanco prestou depoimento por engano ao juiz Sérgio Moro como testemunha de acusação no processo de Bumlai
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2016 às 18h56.
São Paulo - Um homônimo roubou a cena da maior investigação contra a corrupção no Brasil na semana passada, frente à Justiça Federal do Paraná.
Na sexta-feira, 4, por volta das 10h, enquanto o País se virava para acompanhar a condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o capoteiro de veículos Jorge Washington Blanco, de Belo Horizonte, prestava depoimento, por videoconferência, ao juiz federal Sérgio Moro , que conduz as ações da Operação Lava Jato .
Blanco havia sido arrolado como uma das testemunhas de acusação, no processo em que é réu o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula . A outra era o administrador Sandro Tordi, ex-presidente do Banco Schahin.
De camiseta azul, Jorge Blanco respondeu a todas as perguntas. A primeira foi do Ministério Público Federal.
O procurador Diogo Castor de Mattos perguntou: "O senhor pode esclarecer sua atividade profissional durante o ano de 2009?", questionou Mattos. "Eu sou capoteiro", respondeu Jorge Blanco.
"Capoteiro? O sr trabalhou durante algum período no Banco Schahin?", questionou. "Não", disse o capoteiro. "O sr esteve alguma vez com Jorge Luiz Zelada?", insistiu o procurador. "Não conheço", afirmou Blanco. "Sem mais perguntas, Excelência", assinalou, por fim, Castor.
O juiz federal Sérgio Moro prosseguiu a audiência, perguntando se o assistente de acusação ou os defensores que estavam tinham perguntas. "Se trata de outra pessoa, seria um uruguaio, um argentino", disse um dos defensores, que não aparece no vídeo.
"Não tenho ideia, a testemunha é da acusação", afirmou Moro. "Talvez o sr tenha sido chamado por engano, por alguma questão de homônimo. Eu declaro encerrado seu depoimento, também não tenho indagações."
'Nada errado'
"Uai, eu fiquei meio assim, falei: será que usaram meu nome nesse trem? Eu nunca me envolvi com nada errado. De uma hora pra outra aparece negócio de Lava Jato, coisa que eu vejo falar na televisão", disse Blanco em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Diariamente, entre 11h30 até 18h30, o capoteiro trabalha em uma loja em Belo Horizonte com capota e estofamento de veículos.
Casado, pai de dois filhos, Jorge Blanco disse que um deles pensou que a intimação para comparecer à Justiça Federal, em Minas, se tratasse de uma brincadeira.
"Um deles falou: isso é negócio que põe na internet, o pessoal fica brincando. Eu falei: comigo não foi brincadeira, não. O rapaz trouxe a intimação, olha aqui."
Na entrevista dada ao jornal, ele contou detalhes do depoimento.
"Me perguntaram de uns negócios que eu nunca tinha ouvido falar, de banco, um cara que eu nunca ouvi falar nele. (...) Ficaram foi rindo porque viram que a minha profissão era totalmente diferente da que eles estavam querendo", afirmou, com bom humor.
Blanco disse que achou estranho receber uma intimação de um oficial de Justiça, mas que compareceu ao chamamento por nada dever. Ao ser perguntado pela reportagem sobre o diálogo que teve com o juiz Sérgio Moro, respondeu: "Eu falei que eu era capoteiro, ele ficou rindo".
São Paulo - Um homônimo roubou a cena da maior investigação contra a corrupção no Brasil na semana passada, frente à Justiça Federal do Paraná.
Na sexta-feira, 4, por volta das 10h, enquanto o País se virava para acompanhar a condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o capoteiro de veículos Jorge Washington Blanco, de Belo Horizonte, prestava depoimento, por videoconferência, ao juiz federal Sérgio Moro , que conduz as ações da Operação Lava Jato .
Blanco havia sido arrolado como uma das testemunhas de acusação, no processo em que é réu o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula . A outra era o administrador Sandro Tordi, ex-presidente do Banco Schahin.
De camiseta azul, Jorge Blanco respondeu a todas as perguntas. A primeira foi do Ministério Público Federal.
O procurador Diogo Castor de Mattos perguntou: "O senhor pode esclarecer sua atividade profissional durante o ano de 2009?", questionou Mattos. "Eu sou capoteiro", respondeu Jorge Blanco.
"Capoteiro? O sr trabalhou durante algum período no Banco Schahin?", questionou. "Não", disse o capoteiro. "O sr esteve alguma vez com Jorge Luiz Zelada?", insistiu o procurador. "Não conheço", afirmou Blanco. "Sem mais perguntas, Excelência", assinalou, por fim, Castor.
O juiz federal Sérgio Moro prosseguiu a audiência, perguntando se o assistente de acusação ou os defensores que estavam tinham perguntas. "Se trata de outra pessoa, seria um uruguaio, um argentino", disse um dos defensores, que não aparece no vídeo.
"Não tenho ideia, a testemunha é da acusação", afirmou Moro. "Talvez o sr tenha sido chamado por engano, por alguma questão de homônimo. Eu declaro encerrado seu depoimento, também não tenho indagações."
'Nada errado'
"Uai, eu fiquei meio assim, falei: será que usaram meu nome nesse trem? Eu nunca me envolvi com nada errado. De uma hora pra outra aparece negócio de Lava Jato, coisa que eu vejo falar na televisão", disse Blanco em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Diariamente, entre 11h30 até 18h30, o capoteiro trabalha em uma loja em Belo Horizonte com capota e estofamento de veículos.
Casado, pai de dois filhos, Jorge Blanco disse que um deles pensou que a intimação para comparecer à Justiça Federal, em Minas, se tratasse de uma brincadeira.
"Um deles falou: isso é negócio que põe na internet, o pessoal fica brincando. Eu falei: comigo não foi brincadeira, não. O rapaz trouxe a intimação, olha aqui."
Na entrevista dada ao jornal, ele contou detalhes do depoimento.
"Me perguntaram de uns negócios que eu nunca tinha ouvido falar, de banco, um cara que eu nunca ouvi falar nele. (...) Ficaram foi rindo porque viram que a minha profissão era totalmente diferente da que eles estavam querendo", afirmou, com bom humor.
Blanco disse que achou estranho receber uma intimação de um oficial de Justiça, mas que compareceu ao chamamento por nada dever. Ao ser perguntado pela reportagem sobre o diálogo que teve com o juiz Sérgio Moro, respondeu: "Eu falei que eu era capoteiro, ele ficou rindo".