São Paulo - O volume de água armazenado no Sistema Cantareira, o principal manancial de abastecimento da Grande São Paulo, interrompeu sequência de 21 dias de alta nesta sexta-feira, 27.
Segundo relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o manancial está com 11,1% da capacidade, mesmo índice desta quinta-feira, 26. Além dele, o Alto Tietê também se manteve estável.
Sobre a região das represas que formam o Cantareira, choveu apenas 0,7 milímetro nas últimas 24 horas.
Desde 6 de fevereiro, quando iniciou a sequência de três semanas de elevação, o Cantareira recuperou 4,9 pontos porcentuais, beneficiado pelo mês de fevereiro mais chuvoso dos últimos nove anos.
A um dia do fim do mês, o volume de precipitação já totaliza 293,7 mm, 47% superior ao esperado para o período (199,1 mm).
Além das chuvas, há redução do volume de água retirado do sistema pela Sabesp. No ano passado, o manancial chegou a passar oito meses sem registrar nenhum aumento.
A última vez que o nível dos reservatórios desceu foi justamente no primeiro dia de fevereiro, quando caiu de 5,1% para 5%.
O cálculo já considera duas cotas de volume morto, de 182,5 bilhões de litros e 105 bilhões, adicionadas no ano passado.
Outros mananciais
O nível de três reservatórios subiu nesta sexta-feira. Proporcionalmente, o maior aumento, de 0,9 ponto porcentual, ocorreu no Alto Cotia, onde choveu 20,6 milímetros.
O volume de água armazenado é de 38,6%, contra 37,7% do dia anterior.
Já o Guarapiranga, mesmo sem registro de chuvas entre esta sexta-feira e quinta-feira, aumentou 0,3 ponto porcentual e opera com 60,1% da capacidade, contra 59,8% do dia anterior.
Por sua vez, o Rio Claro variou de 35,7% para 35,8% após somente 0,2 mm de precipitação.
Estável pelo quarto dia seguido, o Alto Tietê opera com 18,3% da capacidade. Sobre as represas do manancial, choveu 7,3 mm nas últimas 24 horas.
O único sistema que caiu nesta sexta-feira foi o Rio Grande, onde choveu apenas 0,2 mm. Com queda de 0,2 ponto porcentual, o manancial está com 83,1% da capacidade, contra 83,3% do dia anterior.
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1. Desperdício
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1/23 (Pedro França/Agência Senado)
São Paulo - De toda água tratada em 23% das grandes cidades do Brasil, mais da metade é perdida antes de chegar às torneiras das residências ou empresas. É o que mostra levantamento feito com base no Ranking do Saneamento, feito pela ONG Trata Brasil com base em números de 2012 divulgados pelo Ministério das Cidades. Em São Paulo, que vive a pior crise hídrica de sua história, 36% da água tratada se perde pelo caminho. “Dentro desse número, você tem vazamentos, que é a maior parte, ligações clandestinas e roubo de água”, afirma Edson Carlos, presidente da instituição. Porto Velho (RO) lidera em índice de perdas. Por lá, 70% da água tratada não chega até o consumidor. “Índices acima de 50% sinalizam uma rede totalmente fora de controle. É um descaso total”, afirma o especialista. Além da falta de água para a população, esta postura de má gestão influencia também o faturamento das empresas responsáveis pelo tratamento de água e esgoto. A Trata Brasil estima que a redução em 10% do volume de água perdido todos os anos renderia mais de 1,3 bilhão de reais para as 100 maiores cidades do Brasil. A solução, segundo o especialista, vai desde o mapeamento de possíveis vazamentos no sistema de abastecimento até medidas simples como controle da vazão.
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2. Porto Velho (RO) - 70,68% de perdas
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2/23 (Filipux/Wikimedia)
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3. Macapá (AP) - 69,44% de perdas
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3/23 (Jorge Junior/ Secom Amapá)
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4. Cuiabá (MT) - 67,44% de perdas
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4/23 (Wikimedia Commons)
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5. Maceió (AL) - 64,29% de perdas
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5/23 (Divulgação / Christian Knepper)
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6. Jaboatão dos Guararapes (PE) - 62,97% de perdas
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6/23 (Wikimedia Commons)
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7. Rio Branco (AC) - 62,47% de perdas
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7/23 (Embratur)
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8. Varzea Grande (MT) - 62,13% de perdas
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8/23 (Matheus Hidalgo/Wikimedia Commons)
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9. Mossoró (RN) - 59,93% de perdas
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9/23 (Wikimedia Commons)
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10. Recife (PE) - 59,85% de perdas
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10/23 (REUTERS/Dominic Ebenbichle)
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11. Aracaju (SE) - 57,58% de perdas
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11/23 (Divulgação / André Moreira)
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12. Natal (RN) - 57,16% de perdas
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12/23 (Divulgação/Embratur)
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13. Boa Vista (RR) - 54,99% de perdas
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13/23 (Embratur/Fotos Públicas)
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14. Teresina (PI) - 54,76% de perdas
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14/23 (Embratur/Fotos Públicas)
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15. Canoas (RS) - 54,38% de perdas
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15/23 (Divulgação)
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16. Paulista (PE) - 54.04%
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16/23 (Wagner de Lima/ Wikimedia Commons)
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17. Ananindeua (PA) - 53,02% de perdas
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17/23 (Hallel/Wikimedia Commons)
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18. Cariacica (ES) - 52,99% de perdas
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18/23 (Lucas Calazans/ Divulgação/Perfil do Facebook de Cariacica)
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19. São Vicente (SP) - 52,39% de perdas
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19/23 (Fabio Luiz/Wikimedia Commons)
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20. Bauru (SP) - 52,51% de perdas
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20/23 (Wikimedia Commons)
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21. Caruaru (PE) - 51,50% de perdas
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21/23 (Leo Caldas/EXAME.com)
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22. Olinda (PE) - 50,97% de perdas
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22/23 (Jan Ribeiro/Pref.Olinda)
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23. Salvador (BA) - 50,37% de perdas
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23/23 (Camila Souza/GOVBA)