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Candidatos à Presidência encerram propaganda na TV com ataques

Jair Bolsonaro e Fernando Haddad atacaram adversários, mas encerraram programas eleitorais com discurso de conciliação

Bolsonaro e Haddad: Bolsonaro insistiu no antipetismo e Haddad voltou a associar rival à tortura (Montagem/EXAME/Divulgação)

Bolsonaro e Haddad: Bolsonaro insistiu no antipetismo e Haddad voltou a associar rival à tortura (Montagem/EXAME/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2018 às 07h55.

São Paulo - Nos últimos programas eleitorais dos presidenciáveis antes da votação em segundo turno, veiculados na noite desta sexta-feira, 26, candidatos atacaram adversários, mas encerraram com discurso de conciliação. Jair Bolsonaro (PSL) insistiu no antipetismo, mas prometeu, se eleito, fazer um "governo para todos", enquanto Fernando Haddad (PT) voltou a vincular o rival à tortura e violência, e tentou dialogar com o eleitor "angustiado com o futuro do País". O petista disse ainda que seria o presidente "que constrói pontes".

O horário eleitoral do candidato do PSL incluiu um trecho da senadora tucana eleita Mara Gabrilli (SP), que citou o prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel. Bolsonaro tenta vincular a morte do político ao partido do adversário. Mais adiante, citou os escândalos de corrupção da Petrobrás e o mensalão como sendo "uma praga que tira comida da mesa dos brasileiros, deixa pessoas na fila da saúde e tira crianças da escola".

A propaganda trouxe ainda trechos de vídeos dos delatores Mônica Moura - que acusa a campanha de Haddad para a Prefeitura de São Paulo, em 2012, de ter recebido caixa 2 - e do ex-ministro Antônio Palocci, que cita um suposto "pacto de sangue" do PT com a construtora Odebrecht.

Mensagens bíblicas apareceram em mais de um momento no vídeo de Bolsonaro. O presidenciável citou, em determinado momento, o trecho da Bíblia João 8:23, em que se lê: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". Na propaganda veiculada à tarde, o candidato ainda usou a religião para atacar a campanha do PT. O vídeo disse que seus adversários "desrespeitam a fé do povo brasileiro".

O programa exibido na noite se sexta não citou mais o "kit gay", como o vídeo veiculado mais cedo. A Justiça Eleitoral já havia proibido a campanha do candidato do PSL de usar a expressão.

O programa do presidenciável disse ainda que "agora é o Brasil contra o PT" e apresenta Bolsonaro como um presidente que traria união ao País. Na mensagem final, o candidato disse que fará "um governo para todos".

A pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira, 25, mostra uma queda de seis pontos na diferença entre os candidatos. Bolsonaro continua na liderança, agora com 56% dos votos válidos. Haddad tem 44%.

Haddad

Fernando Haddad chegou a citar em seu horário eleitoral a pesquisa do Ibope, da última quarta-feira, que mostra o petista à frente de Bolsonaro na capital paulista, com 51% dos votos, ante 49% do candidato do PSL. A investida da campanha no "vira voto" também apareceu no final do programa do PT, em que Haddad passa mensagem de esperança.

"Quero conversar com você que está angustiado com o futuro do País", disse Haddad, se dirigindo diretamente ao eleitor. "Serei o presidente do diálogo que constrói pontes e garante a paz", afirmou.

O candidato do PT também citou Deus em sua última mensagem aos eleitores. "Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, que nos deu força nessa caminhada. Agradeço à minha família e agradeço a você que acreditou na nossa mensagem de esperança."

A primeira parte do programa do PT, contudo, foi dedicada a atacar o adversário. O vídeo tentou vincular Bolsonaro à tortura, por ter defendido o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, e trouxe depoimentos de suas vítimas. "Bolsonaro é ódio e violência", disse a narradora no início do programa eleitoral.

A propaganda do PT insistiu que Bolsonaro "não é o candidato do povo, é o dos milionários". Foram mostradas ainda declarações do presidenciável do PSL no plenário da Câmara, em que faz críticas a pobres. "Bolsonaro não respeita os pobres", afirmou a narradora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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