Greve de caminhoneiros: greve dos caminhoneiros interrompeu algumas rodovias pelo país (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2015 às 20h23.
Brasília - O governo federal determinou que a Polícia Rodoviária aplique multa de 1.915 reais a caminhoneiros que bloquearem estradas e que use todo o seu efetivo para desbloquear rodovias, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Caminhoneiros realizam protestos em 48 pontos de rodovias federais do Brasil em onze Estados, em uma mobilização organizada por meio de redes sociais contra a presidente Dilma Rousseff e que já preocupa alguns setores exportadores.
"Nós determinamos que sejam multados todos aqueles que fecharem estradas. As multas são altas, mais de 1.900 reais, para que seja aplicada de pronto", afirmou o ministro em entrevista distribuída pela sua assessoria de imprensa.
"No caso de interdição de estradas, nós determinamos a PRF que atue através do efetivo necessário para desobstruí-las e garantir que aqueles caminhoneiros que queiram trabalhar tenham sua liberdade de ir e vir inteiramente assegurada." A multa já é prevista na legislação brasileira, e o governo apenas determinou à PRF que seja estritamente cumprida. A punição será aplicada uma vez e, se o caminhoneiro não retirar o veículo que bloqueia a rodovia, será rebocado. A cada vez que voltar a bloquear a estrada, será multado mais uma vez. Cardozo classificou o movimento como político e afirmou que não há como negociar com os líderes, que pedem a renúncia ou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Esse movimento tem um viés claramente, indiscutivelmente político. Não há uma pauta de reivindicações. Não temos a possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política. Lamentamos que seja assim", disse o ministro. Mais cedo, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, já havia afirmado que o objetivo da greve era apenas gerar desgaste para o governo.
"Se tivermos uma pauta de reivindicações, o governo sempre está aberto ao diálogo, mas é uma greve que se caracteriza com o único objetivo de gerar desgaste ao governo", disse Edinho, acrescentando que até o momento nenhuma entidade que representa os caminhoneiros apresentou uma pauta de reivindicações da categoria.
"Uma greve geralmente vem com questões econômicas, sociais, geralmente é propositiva, mesmo quando trata de questões políticas. Nunca vi uma greve em que o único objetivo é gerar desgaste ao governo", afirmou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social.
O movimento tem baixa adesão, segundo Cardozo, e é "pulverizado", especialmente porque as lideranças dos principais sindicatos não apoia a paralisação.
Nesta segunda-feira, primeiro dia da greve, o balanço da Polícia Rodoviária Federal era de que foram obstruídas cinco rodovias totalmente e outras 22 tiveram obstrução parcial, em 11 Estados.
No Palácio do Planalto, a ordem é para acompanhar o movimento, que não pode ser desprezado pelo potencial de confusão que pode causar no país, mas a avaliação inicial é de que a adesão foi muito aquém do que se prometia.
Ainda assim, há temor de que, se o movimento chegar até o próximo fim de semana, possa crescer ao se unir a manifestações pelo impeachment de Dilma marcadas para o próximo domingo. O governo mantém o monitoramento pelas redes sociais.
Texto atualizado às 21h23