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Câmbio é um dos limitadores da expansão industrial

Apesar do problema de desvalorização do dólar, 67% dos entrevistados da indústria disseram trabalhar sem limitações

Segundos os industriais entrevistados pela FGV, 17% acham o câmbio um limitador (Arquivo/Stock.XCHNG)
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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2010 às 15h47.

São Paulo - A manutenção da desvalorização do dólar em relação ao real foi a variável que mais evoluiu dentro da Sondagem da Indústria da Transformação em outubro, informou hoje o coordenador da pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloísio Campelo. Este levantamento é feito trimestralmente. A pergunta sobre quais são os principais fatores limitadores à expansão da produção foi feita a 1.191 representantes da indústria. Deste total, 67% disseram trabalhar sem limitações. Mas na pesquisa anterior este contingente representava 72%. Ou seja, aumentou o número daqueles que veem pelo menos um fator limitador para a expansão de seus negócios.

Campelo lembra que as respostas são fechadas e apenas uma delas - o item outros - é que deixa aberto espaço para resposta livres e comentários. Foi este quesito que mais cresceu: subiu de 4% para 9% entre julho e outubro e com um salto significativo do câmbio entre os limitadores, de 6% para 17%. "Apesar de a escassez de mão de obra qualificada continuar sendo o maior fator de limitação, o câmbio foi o que mais evoluiu", afirmou.

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A variável câmbio também influenciou o grau de confiança da indústria quanto à Situação Atual dos Negócios. Este corte da Sondagem da FGV encerrou o mês de outubro em 125,5 pontos, abaixo da graduação de 127,2 pontos em setembro. Este indicador vem registrando quedas há seis meses, situando-se em uma região entre moderado e fraco. "Isso ocorre por conta do medo do câmbio", afirma o coordenador da Sondagem Industrial. "Apesar de o índice ser qualitativo, há algumas variáveis operacionais que refletem a percepção da empresa, como redução de margem. O câmbio é uma das variáveis mais presentes."

Outro indicador que, de acordo com Campelo, refletiu a preocupação da indústria em relação ao câmbio foi a Produção Prevista, que na passagem de setembro para outubro caiu de 136,6 pontos para 134,7 pontos. "Apesar de o nível ser compatível com um crescimento moderado da atividade industrial, na margem o índice tem caído", afirma. A Situação Futura dos Negócios, previsão para daqui a seis meses, caiu para 155,7 pontos em outubro, de 156,3 pontos em setembro. "Este indicador vem se mantendo no intervalo de 154 a 156 pontos desde julho", afirma Campelo.

O Emprego Previsto, por sua vez, aumentou de setembro para outubro, de 119,9 para 124,5 pontos. Questionado sobre se o emprego previsto não caminhou na contramão de outros indicadores que compõem a Sondagem Industrial deste mês, o coordenador do levantamento disse que este índice acompanhou o de Produção Prevista, que embora tenha recuado na margem ainda mostra evolução. Do total de 1.191 empresas consultadas, 46% acreditam que podem produzir mais; 11%, que produzirão menos; e o resto acredita em estabilidade. Com isso, os empresários que pretendem contratar funcionários passaram de 28,8% em setembro para 32,7% em outubro, enquanto os que esperam trabalhar com um número menor de empregados caiu de 9% para 8,2%.

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