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Câmbio é o problema mais sério que temos hoje, diz presidente da CNI

Para Robson Braga de Andrade, o governo precisa implantar medidas e fazer alterações que consigam segurar a valorização do real

Robson Braga de Andrade: Novo governo precisa implantar medidas e fazer alterações que consigam segurar a valorização do real (Reginaldo Teixeira/Contigo)
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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 12h31.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 15h52.

Brasília – Durante evento da divulgação do documento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que fez um balanço da economia brasileira em 2010, o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade , destacou que o problema do câmbio é o mais sério que a indústria brasileira tem hoje.

“O novo governo precisa implantar medidas e fazer alterações que consigam segurar a valorização do real”, afirmou Braga em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (14). Para o presidente da CNI, é necessário reduzir o ganho que dos investidores quando tomam recurso no exterior e aplicam no Brasil. “O governo deve tomar medidas que possam reduzir essa tendência”, defendeu.

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Segundo Braga, medidas que tributem as aplicações estrangeiras “já ajudariam a frear a valorização excessiva do real”. O presidente da CNI destacou ainda a necessidade de se defender os interesses da economia brasileira e equilibrar as importações e as exportações. “Não podemos colocar a industria brasileira em uma competição predatória, contra países que não se preocupam com questões ambientais ou não investem nos direitos trabalhistas”, ponderou.

Investimentos de longo prazo

O presidente da Confederação Nacional da Indústria destacou ainda a necessidade de o governo desfazer os gargalos da infraestrutura para melhorar a competitividade da indústria nacional dentro do próprio país. “Hoje o Brasil investe 2% do PIB em infraestrutura e é 1% do setor privado e 1% do publico. Este valor precisa passar para 4% para que o país possa crescer em torno de 5% ao ano”, apontou.

Para Robson Braga de Andrade, é preciso se atentar às questões de longo prazo. “No setor de infraestrutura 5 anos não é longo prazo, temos que falar em 30 anos. O Brasil hoje não tem os recursos necessários para financiar esse desenvolvimento em longo prazo”, destacou o presidente da CNI.

Segundo Braga, para os investimentos de longo prazo em infraestrutura, o Brasil precisa de recursos vindo de fora. “Se por um lado precisamos da entrada de recurso estrangeiros de longo prazo, por outro isso pode apreciar o real, é preciso saber dosar isso, via participação em concessões, por exemplo”, ponderou Braga.

Para Flávio Castelo Branco, gerente executivo de Política Econômica da CNI, é preciso criar normas para dar liquidez aos investimento de longo prazo. “O investimento é longo, mas os poupadores podem não ficar com o título no mesmo prazo, tem que haver mercado para que esses títulos sejam vendidos”, concluiu.

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