Arthur Maia: "quem vai decidir e dar a palavra final é o plenário, que pode botar idade maior, menor ou até rejeitar a PEC na sua integralidade, o que é muito pior" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de novembro de 2017 às 06h45.
Brasília - Apesar de ter mantido as propostas de idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) admitiu na noite desta quarta-feira, 22, que "nada garante" que o plenário da Câmara vai manter esses patamares. Líderes da base aliada já articulam a redução dessas idades para 58 anos para mulheres e 60 anos para homens.
Oliveira Maia disse até que o plenário pode rejeitar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na sua integralidade, o que seria ainda pior.
Mas ressaltou que está trabalhando para ajudar a construir a maioria necessária para aprovar - o mínimo são 308 votos para mudar a Constituição.
"Não posso ficar discutindo ilações (sobre idade mínima). Todos os partidos têm direito de apresentar destaques (mudanças no plenário)", disse Oliveira Maia.
"O que garante? Nada garante. Quem vai decidir e dar a palavra final é o plenário, que pode botar idade maior, menor ou até rejeitar a PEC na sua integralidade, o que é muito pior", acrescentou.
Oliveira Maia deixou o jantar com o presidente Michel Temer e lideranças no Palácio do Alvorada para conversar com os jornalistas e oficializar as mudanças feitas no texto.
"Essas mudanças foram acordadas entre os que defendem a PEC e a equipe econômica", disse. "Agora, vamos deixar claro que temos trabalho árduo de construir essa maioria de 308 votos, não é fácil construir esses 308 votos para esse tema", afirmou o relator.