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Câmara manterá Temer. Mas a que preço?

ÀS SETE - A tendência é que a maioria dos deputados, nesta quarta-feira, permaneça fiel ao governo e o presidente seja salvo

Temer: sobram dúvidas sobre os números da votação (Cristiano Mariz/VEJA)

Temer: sobram dúvidas sobre os números da votação (Cristiano Mariz/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2017 às 06h39.

Última atualização em 25 de outubro de 2017 às 10h00.

Os deputados devem votar nesta quarta-feira se a Câmara Federal permite o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer – dessa vez por obstrução de Justiça e participação em organização criminosa, acusação que também pesa sobre os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

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A tendência é que a maioria dos deputados permaneça fiel ao governo e o presidente seja salvo. Mas sobram dúvidas sobre os números da votação.

Os últimos dias foram de um verdadeiro balcão de negócios que misturou interesses políticos e políticas públicas. Assim como aconteceu às vésperas da primeira denúncia, que foi votada no início de agosto, o valor destinado a emendas parlamentares disparou – foi de 273 milhões de reais em setembro para mais de 687 milhões apenas nos primeiros 23 dias de outubro.

Além disso, por pressão dos deputados, contrariando indicações da Fazenda, Temer sancionou a medida provisória (MP) do Refis, que está sendo publicada hoje no Diário Oficial da União, além de editar outra MP para prorrogar, mais uma vez, o prazo da adesão ao programa. Parlamentares ameaçavam não comparecer à sessão caso Temer não sancionasse a medida com medo de que isso não fosse feito depois da votação.

Além disso, o ministro Eliseu Padilha passou a trabalhar para conter votos de uma possível rebelião de alguns partidos do centrão. Em uma visão bastante otimista, ele diz que é possível que o governo tenha até dez votos a mais do que os 263 da primeira denúncia – são necessários 171 para que ela seja barrada.

A oposição ainda tenta táticas para atrasar a votação. Afirma, por exemplo, que a suspensão da portaria do trabalho escravo, anunciada ontem pelo Supremo, enfraquece o governo junto à bancada ruralista. “Temer vendeu uma mercadoria que não pode entregar”, afirmou o deputado Alessandro Molon (Rede).

Ontem à tarde, o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Melo ainda negou o pedido do deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) para que a denúncia não fosse apreciada na Câmara. Os parlamentares devem tentar repetir a tática da primeira denúncia, quando insistiram em não dar quórum para a votação – a sessão só pode ser aberta com 342 deputados presentes. Da primeira vez, não deu certo. Hoje, também não deve dar. Se terá condições de aprovar as reformas prometidas, é outra história.

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