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Câmara exerceu seu papel em votação anticorrupção, diz Maia

"Não dá para a gente falar que a Câmara fez algo equivocado, a Câmara tomou sua decisão por maioria", disse deputado

Maia: presidente da Câmara deixou a reunião negando que houvesse retaliação ao Ministério Público e à Magistratura (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Maia: presidente da Câmara deixou a reunião negando que houvesse retaliação ao Ministério Público e à Magistratura (REUTERS/Ueslei Marcelino)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 21h39.

Brasília, 30 - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu na noite desta quarta-feira, 30, às críticas contra a forma como a Casa votou o pacote anticorrupção.

Destacando a todo momento que a votação foi transparente e nominal, Maia disse que a Casa exerceu seu papel institucional, legislou com independência e que precisa ter suas prerrogativas respeitadas.

"Porque o resultado do processo legislativo não foi o que alguns queriam, não dá para a gente falar que a Câmara fez algo equivocado, a Câmara tomou sua decisão por maioria. E a história julgará cada um daqueles que votou", declarou aos jornalistas.

Após mais de duas horas de reunião com líderes partidários, Maia deixou a reunião negando que houvesse retaliação ao Ministério Público e à Magistratura.

Ele ressaltou que os Poderes são independentes e harmônicos e que ontem a Câmara exerceu sua independência de forma democrática.

"Não existe processo democrático onde alguém só vença, só saia daqui vitorioso", declarou. O deputado disse que não aceitará que questionem a legitimidade do processo legislativo. "A prerrogativa de legislar é do Legislativo", repetiu.

Maia lembrou que os críticos participaram de audiências durante a fase de análise na comissão especial e legitimaram o processo legislativo.

Ele insistiu que a Câmara rejeitou parte das propostas, mas manteve 15 pontos do relatório, portanto sua decisão precisa ser respeitada.

"A prerrogativa da decisão do voto ninguém pode tirar da Câmara e do Senado", afirmou Maia, reiterando que a Câmara não é "cartório" para carimbar decisões de outros.

Sobre as críticas da votação durante a madrugada, Maia respondeu que a votação na comissão especial também se deu na madrugada e que ninguém questionou a situação.

Ele disse que críticas são bem vindas, incluindo a da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, e que vão trabalhar para superar a crise política e econômica, com base no diálogo.

"Senão daqui a pouco vamos estar olhando um Brasil onde um Poder Legislativo subjulgado, vamos ter de estar procurando outro sistema que não é o democrático. Isso é muito perigoso", observou.

O presidente da Câmara não quis comentar a possibilidade de procuradores renunciarem à força-tarefa da Operação Lava Jato.

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