Câmara deve tratar de impeachment a partir desta semana
Os deputados de oposição irão apresentar requerimentos ao presidente a Eduardo Cunha para que ele se posicione sobre os 13 pedidos de deposição
Karla Mamona
Publicado em 12 de setembro de 2015 às 19h35.
São Paulo - Uma reportagem da Folha de S. Paulo afirma que a partir desta semana a Câmara dos Deputados deve começar a tratar formalmente o processo de impeachment de Dilma Rousseff .
Segundo o jornal, os deputados de oposição irão apresentar requerimentos ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que ele se posicione sobre os 13 pedidos de deposição.
A reportagem afirma ainda que Cunha já avisou que pretende negar, se não todas, boa parte das ações exigindo o impeachment.
“O roteiro dos defensores do afastamento é então apresentar recursos questionando uma das recusas de Cunha. Assim, o caso precisaria ser submetido ao plenário. Se for aprovado por maioria simples (257 deputados), o processo é deflagrado”, diz o jornal.
O artigo encerra dizendo que a solução não está em apostar em um plano que debilite a democracia do país - princípio essencial para um novo governo honesto. Por isso, para a publicação, sem provas concretas da participação de Dilma Rousseff em ações ilegais, a ideia de impeachment pode conspirar contra o sistema democrático nacional.
O artigo recorda que as investigações, no entanto, ainda não encontraram fatos que pesem contra a presidente. Porém, mesmo diante da hipótese de que o avanço da Operação Lava Jato atinja Dilma Rousseff e haja argumentos sólidos para um pedido de impeachment, seria necessário o apoio de mais da metade do Congresso. “Esse suporte não existe, pois os políticos, que também são corruptos, estão relutantes para puxar o gatilho. Enquanto isso, o partido de centro-direita de oposição, PSDB, parece feliz em ver em agonia, a senhora Rousseff”. diz o texto.
“A renúncia ou o impeachment de Dilma são cenários improváveis, e os protestos contra a presidente e o seu partido não oferecem soluções para o atual cenário de crise de corrupção ou para a continuidade dos problemas sociais e desigualdade econômica. O que os protestos destacam, porém, é a permanência de uma democracia vibrante no país”, encerra o artigo de opinião do veículo.
Porém, o artigo destaca que um novo impeachment pode enfraquecer a democracia do país. “A crescente pressão sobre Rousseff e sua aclamada destituição estão levantando preocupações sobre o potencial de agitação política e da força democrática do Brasil que vigora há 30 anos”, diz o texto. A revista também exalta o trabalho das principais instituições do Brasil - Polícia Federal e Ministério Público – que tem melhorado, segundo o texto. “Mas uma tentativa de impeachment que não está fundamentada em irregularidades legais pode trazer consequências de longo prazo”, conclui.
O texto não aponta ser favorável, ou não, ao impeachment. Porém, resgata questões sobre sua baixa popularidade, reeleição apertada e resultado negativo da economia. “Em 2015, a economia brasileira está prevista para deixar o seu pior desempenho em 25 anos em meio as ondas de corrupção envolvendo políticos e altos executivos”, afirma.