Cadeirante diz a Doria que ele finge que SP tem acessibilidade
Em resposta, Prefeitura afirma que começará, no próximo ano, um projeto de reforma dos calçadões da região central da cidade para torná-los mais acessíveis
Talita Abrantes
Publicado em 21 de novembro de 2017 às 16h51.
Última atualização em 21 de novembro de 2017 às 19h18.
São Paulo – Durante a entrega das obras de revitalização do Viaduto Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, o prefeito da cidade, João Doria , recebeu reclamações de uma cadeirante.
Doria cumprimentou a mulher perguntando se estava tudo bem, ao que ela respondeu: "Não. Sabe por quê? Porque é linda a escada, maravilhosa, só não tem acessibilidade para o cadeirante”, disse.
E completou: “É muito bom o senhor sentar numa cadeira de rodas num lugar que é plano e fingir que tem acessibilidade, mas aqui não tem. Para chegar aqui foi muito complicado, eu quase fui atropelada".
Ela se refere ao teste de acessibilidade feito pelo prefeito em uma calçada na zona norte da cidade. Na ocasião, ele percorreu cem metros da via usando uma cadeira de rodas.
O vídeo veiculado pelo jornal SP1, da Rede Globo, não mostra a resposta do prefeito. Questionada por EXAME.com, a Prefeitura afirmou que a reforma do viaduto foi feita por meio de doação e que todo o do local, incluindo a escadaria, é tombado.
"A Prefeitura de São Paulo reitera o compromisso com a acessibilidade e deve iniciar no próximo ano um projeto de requalificação dos calçadões da região central para tornar estes locais acessíveis. Os pisos deverão ser feitos em placas de concreto, a fim de evitar ondulações e buracos. A previsão é que as obras aconteçam em 3 etapas e ocorram em parceria com a iniciativa privada."
Com custo de 1,1 milhão de reais, as obras de revitalização do Viaduto Santa Ifigênia foram financiadas pela empresa Inova e incluíram limpeza, pintura, novos canteiros e recuperação da iluminação. A escadaria que dá acesso ao viaduto teve 56 degraus e seis patamares reformados, além da troca do piso de borracha.