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Bumlai admite que levou empresário até Lula

Bumlai, citado na delação de Fernando Baiano, confirmou que levou o empresário João Carlos Ferraz até Lula, mas nega o repasse à nora do petista.


	O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2015 às 10h38.

São Paulo - O pecuarista José Carlos Bumlai, citado na delação de Fernando Soares, o Fernando Baiano, confirmou, em entrevista exclusiva ao Estado, diversos pontos do depoimento do lobista apontado como operador de propinas do esquema de desvios na Petrobras, mas negou ter utilizado o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as negociações.

De acordo com Bumlai, Baiano pediu a ele que levasse o empresário João Carlos Ferraz, no primeiro semestre de 2011, a uma audiência com Lula, de quem o pecuarista é amigo de longa data. Naquela ocasião, Ferraz era presidente da Sete Brasil, empresa que negociava contratos bilionários com a Petrobras para compra de navios-sonda.

Em sua delação ao Ministério Público Federal, Baiano disse ter recorrido a Bumlai em busca de um "peso maior" e de uma "providência mais incisiva" para concretizar a negociação que envolvia, além da Sete Brasil, a OSX, empresa naval do grupo X, de Eike Batista. Em troca, Bumlai receberia uma "comissão" a ser paga por Baiano. "Eu levei o Ferraz lá no Instituto, apresentei o Ferraz. Ele não conhecia o presidente. Eu fiquei olhando um livro do Corinthians e saí." O negócio acabou não se concretizando, mas Bumlai recebeu dinheiro do lobista.

Na delação, Baiano afirmou que, ao pedir a antecipação de sua parte, Bumlai alegou que precisava quitar dívida imobiliária de uma nora de Lula. O ex-presidente tem quatro noras. "Não paguei conta de nora de Lula, apartamento, nada a ver. Não tenho nada a ver com isso. Não tenho", afirma Bumlai, que conta detalhes de sua relação de amizade com Lula, a quem chama de "presidente", e diz que aceitaria participar de uma acareação com Baiano, que está preso em Curitiba (PR) em decorrência da Operação Lava Jato.

O pecuarista também salientou que a proximidade com Lula não é tão forte quanto é dito na imprensa. "Abro o jornal e tem lá o crachá, que eu teria acesso irrestrito ao Palácio com todas as portas abertas, a hora que eu quisesse. Durante os oito anos que o presidente Lula esteve no Palácio do Planalto eu fui duas vezes no gabinete dele", afirmou. 

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