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Brizola Neto deve deixar Ministério na próxima semana

A cúpula do PDT exige a saída do ministro como condição para que o partido volte a apoiar o governo no Congresso

Brizola Neto deve deixar a pasta após menos de um ano no cargo (Antonio Cruz/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2013 às 21h19.

Brasília - O ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), deve deixar o cargo já na próxima semana, como parte da reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff começa a fazer para acomodar aliados com vistas à campanha eleitoral de 2014, informaram à Reuters fontes do Planalto e próximas do ministro.

A saída de Brizola Neto, menos de um ano depois de tomar posse, é uma das reivindicações da cúpula do PDT para que o partido volte a dar apoio ao governo no Congresso. Apesar de ser da base aliada, o PDT tem causado problemas ao votar contra a orientação do Planalto no Legislativo.

"A decisão cabe à presidente e não me cabe comentar", disse Brizola Neto à Reuters nesta quarta. "Mas discordo da ideia de que a posição de um, dois ou três nomes representem todo o partido, ainda mais da envergadura do PDT", afirmou ele.

As lideranças do PDT pedem que Brizola Neto seja substituído pelo secretário-geral do partido, Manoel Dias, segundo disseram as fontes. Apesar de não ter a simpatia do Planalto, Dias poderá ser aceito por ser considerado um nome capaz de unificar a parcela majoritária do partido, liderada pelo presidente da legenda, Carlos Lupi. Desde 2011, esse grupo tenta emplacar seu nome na pasta.

"Me entristece ver algumas pessoas exigirem um cargo em troca de apoio político, isso não é do feitio do PDT", acrescentou o ministro.

As relações do Planalto com o PDT não estão boas desde 2011, quando Lupi deixou o Ministério do Trabalho na esteira de denúncias de irregularidades.

Para piorar, Dilma escolheu para o cargo um nome do PDT que não contava com o apoio de Lupi. A relação entre o atual presidente do partido e o ministro se deteriorou ainda mais, e os dois travam uma disputa política dentro do partido, que realizará eleições para a diretoria no fim de março.


O Planalto não gostou da aproximação do PDT com setores do PSDB e em especial do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato à Presidência em 2014.

Há poucas semanas, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com Lupi. Na ocasião, ela afirmou que gostaria de manter a aliança com o PDT na campanha de 2014.

Lupi chegou a confirmar à Reuters que, no encontro com Dilma, se queixou da interferência do ex-marido da presidente, Carlos Araújo, no partido --o advogado gaúcho foi deputado pelo PDT, do qual se desfiliou, e defende a ascensão do grupo de Brizola Neto na sigla.

Além de trocar o comando do Ministério do Trabalho, a reforma ministerial deve ampliar o espaço do PMDB, principal aliado do PT no governo, na Esplanada e abrir espaço para o PSD, que se tornou uma das maiores bancadas do Congresso e passará a integrar a base aliada. Essas outras mudanças devem acontecer ainda neste mês, mas não necessariamente na semana que vem, segundo fontes.

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Brasília - O ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), deve deixar o cargo já na próxima semana, como parte da reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff começa a fazer para acomodar aliados com vistas à campanha eleitoral de 2014, informaram à Reuters fontes do Planalto e próximas do ministro.

A saída de Brizola Neto, menos de um ano depois de tomar posse, é uma das reivindicações da cúpula do PDT para que o partido volte a dar apoio ao governo no Congresso. Apesar de ser da base aliada, o PDT tem causado problemas ao votar contra a orientação do Planalto no Legislativo.

"A decisão cabe à presidente e não me cabe comentar", disse Brizola Neto à Reuters nesta quarta. "Mas discordo da ideia de que a posição de um, dois ou três nomes representem todo o partido, ainda mais da envergadura do PDT", afirmou ele.

As lideranças do PDT pedem que Brizola Neto seja substituído pelo secretário-geral do partido, Manoel Dias, segundo disseram as fontes. Apesar de não ter a simpatia do Planalto, Dias poderá ser aceito por ser considerado um nome capaz de unificar a parcela majoritária do partido, liderada pelo presidente da legenda, Carlos Lupi. Desde 2011, esse grupo tenta emplacar seu nome na pasta.

"Me entristece ver algumas pessoas exigirem um cargo em troca de apoio político, isso não é do feitio do PDT", acrescentou o ministro.

As relações do Planalto com o PDT não estão boas desde 2011, quando Lupi deixou o Ministério do Trabalho na esteira de denúncias de irregularidades.

Para piorar, Dilma escolheu para o cargo um nome do PDT que não contava com o apoio de Lupi. A relação entre o atual presidente do partido e o ministro se deteriorou ainda mais, e os dois travam uma disputa política dentro do partido, que realizará eleições para a diretoria no fim de março.


O Planalto não gostou da aproximação do PDT com setores do PSDB e em especial do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato à Presidência em 2014.

Há poucas semanas, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com Lupi. Na ocasião, ela afirmou que gostaria de manter a aliança com o PDT na campanha de 2014.

Lupi chegou a confirmar à Reuters que, no encontro com Dilma, se queixou da interferência do ex-marido da presidente, Carlos Araújo, no partido --o advogado gaúcho foi deputado pelo PDT, do qual se desfiliou, e defende a ascensão do grupo de Brizola Neto na sigla.

Além de trocar o comando do Ministério do Trabalho, a reforma ministerial deve ampliar o espaço do PMDB, principal aliado do PT no governo, na Esplanada e abrir espaço para o PSD, que se tornou uma das maiores bancadas do Congresso e passará a integrar a base aliada. Essas outras mudanças devem acontecer ainda neste mês, mas não necessariamente na semana que vem, segundo fontes.

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