MICHEL TEMER: o recesso dá chance de o governo articular uma pauta para o PIB, enfim, sair do buraco / Ueslei Marcelino/ Reuters
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2016 às 06h13.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h42.
Dia de costuras em Brasília. Com o recesso do Congresso, os políticos aproveitam para tentar projetar o segundo semestre. Hoje pela manhã, o presidente interino Michel Temer reunirá a equipe econômica do governo, formada por sete ministros. Dois meses se passaram desde o último encontro da equipe e Temer tentará sair da reunião com medidas concretas para fazer o PIB enfim sair do buraco.
À noite, Temer receberá o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Na mesa, estará a definição da pauta do Congresso e uma primeira tentativa de unificar as agendas. Maia acredita que elaborar um projeto de reforma política conjuntamente ajudaria a ganhar tempo na aprovação.
As duas casas têm uma série de temas sensíveis para aprovar. No Senado, a votação da proposta de emenda à Constituição que permite que a Desvinculação de Receitas da União (DRU) entre em vigor é prioridade. Na Câmara, os projetos mais importantes são os que desobrigam a Petrobras de operar exclusivamente o pré-sal, o que renegocia a dívida dos Estados e o da governança em fundos de pensão. A proposta que limita os gastos do governo só deve chegar ao plenário em setembro.
Em paralelo, começa a ganhar corpo a reforma política proposta pelos senadores tucanos Aécio Neves e Ricardo Ferraço. Entre as mudanças, está a cláusula de barreira, que diminuiria o número de partidos no país. Renan e Maia apoiam a medida. Na Câmara, quem também não parou foi o deputado Onyx Lorenzoni, relator da comissão que analisa o projeto das dez medidas contra a corrupção, do Ministério Público Federal. Junto com consultores da Casa, ele trabalha na montagem de um cronograma.
A boa notícia de tudo isso é que, com o arrefecimento do clima de tensão, políticos enfim se dedicam a montar uma agenda capaz de superar a crise. Em Brasília, quanto mais DRU e menos Cunha, melhor.