Doria: segundo o governador, receberão primeiro as doses do imunizante pessoas no grupo de risco (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)
Clara Cerioni
Publicado em 5 de agosto de 2020 às 10h11.
Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 10h16.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), diz estar otimista com a chegada da vacina contra a covid-19 no Brasil. Nesta terça-feira, 4, ele afirmou que a produção da vacina pelo Instituto Butantan deve começar a partir de novembro e a aplicação em toda a população pode terminar já em fevereiro.
O governador acrescenta um ou dois meses de atraso, caso ocorra alguma intercorrência com o desenvolvimento da imunização da coronavac, que está em fase de testes em humanos no Brasil e é uma parceria do instituto com a empresa chinesa Sinovac Biotech.
"A vacina é salvadora, ela vai trazer a normalidade de fato na vida dos brasileiros. Tudo indica que já estaremos com uma imunização plena, da totalidade da população brasileira, até o fim de fevereiro. Olhando sempre com olhar otimista, realista", disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O protocolo de aplicação da vacina, afirmou o governador, deverá seguir as mesmas regras de aplicação já adotadas na imunização contra a gripe. Segundo ele, receberão primeiro as doses do imunizante pessoas no grupo de risco. Em seguida, profissionais da saúde, forças policiais e, por fim, a população em geral.
"Toda vacina, contra o coronavírus ou qualquer outra, quando chega na terceira fase já chega em condições de viabilidade técnica e científica de aprovação. Se não, nem passaria da segunda fase", disse.
Doria também reforçou que a vacina será produzida no Brasil. "Não vamos depender de uma circunstância que alguém, ainda que de forma insana, intercepte carga aérea em algum ponto do planeta".
"Tivemos essa experiência real quando respiradores importados da China foram interceptados no aeroporto de Nova York e lá ficaram, 335 respiradores não vieram para o Brasil porque mister Trump estabeleceu modus operandi e confiscou respiradores ao Brasil e outros países", explicou.
Voluntários do Hospital da Clínicas, Instituto Emílio Ribas, Hospital das Clínicas da Faculdade de Ribeirão Preto da USP, Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já participam dos testes.
Ao todo, nove mil voluntários, somente profissionais de saúde, vão receber a vacina em 11 centros de pesquisa.
(Com Estadão Conteúdo)