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Brasileiros elegem "corrupção" a palavra de 2017

O ano foi marcado por uma avalanche de denúncias que chegaram até o presidente Temer, que escapou de julgamento graças ao apoio de aliados no Congresso

Brasil: "A eleição desta palavra representa esta época no Brasil", comentou cientista político (Ueslei Marcelino/Reuters)

Brasil: "A eleição desta palavra representa esta época no Brasil", comentou cientista político (Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 17h27.

"Corrupção" é a palavra que define o Brasil em 2017, segundo uma pesquisa cujos resultados foram divulgados nesta quinta-feira (9), enquanto as outras quatro finalistas foram vergonha, crise, tensão e mudança.

"A eleição desta palavra representa esta época no Brasil. No ano passado foi indignação, você pode ler como uma história, uma narrativa da sociedade brasileira", comentou o cientista político Leandro Machado, sócio da consultora Cause, que participou da pesquisa realizada pelo instituto Ideia Big Data.

Machado explicou que o objetivo da consulta é gerar debates na sociedade sobre os temas que marcam o contexto atual.

Durante a primeira fase da pesquisa, quase 10.000 pessoas propuseram as palavras que resumiam o ano para o Brasil.

A seleção foi reduzida a 40 palavras, submetidas à votação em uma plataforma do instituto de pesquisa Ideia Big Data, na qual se inscreveram cerca de 680.000 pessoas.

O ano foi marcado por uma avalanche de denúncias que chegaram até o presidente Michel Temer, que no entanto escapou de um julgamento, ao menos por enquanto, graças ao apoio de seus aliados no Congresso, onde há dezenas de legisladores investigados.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito nas pesquisas para as eleições de outubro de 2018, também é alvo de vários processos judiciais, e foi condenado a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, embora esteja aguardando o resultado da sua apelação em liberdade.

"Este é um recado claro para esses pré-candidatos que estão se movimentando. (...) Isso de alguma forma se junta a uma avenida de opinião em favor de uma renovação da classe política, não só das caras, mas das práticas", acrescentou Machado.

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