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Brasileiros creem que políticos só governam em proveito próprio

Estudo da Oxfam mostra que, na América Latina, brasileiros são os que menos confiam nas boas intenções de seus governantes

Políticos brasileiros: relatório da Oxfam mostra população descontente com capacidade dos políticos (Nacho Doce/Reuters)

Guilherme Dearo

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 14h36.

Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 14h45.

São Paulo - Não é novidade que os brasileiros estão descontentes com seus governantes e que a política tradicional anda desacreditada. Jair Bolsonaro , presidente eleito em 2018, conquistou boa parte de seu eleitorado com tal discurso: ele não era um político tradicional - como aqueles do PT e do PSDB - e representava o novo (apesar de estar há mais de duas décadas no Congresso).

O fato do brasileiro ver o político não como um representante, mas como um adversário, como alguém que entrou na política para ganhar dinheiro, não para prestar um serviço à sociedade, está respaldado, agora, em um relatório da organização britânica Oxfam, publicado ontem (22). A publicação mostra que, na América Latina, os brasileiros são os mais descontentes com seus governantes.

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"Democracias capturadas: o governo de uns poucos" é um extenso estudo de mais de cem páginas que analisa como a elite, por meio de políticas fiscais, vem dominando a cena política dos países latino-americanos no último século e contribuindo para a intensa desigualdade na região.

Entre as populações da América Latina e Caribe, os brasileiros são os que mais creem que seus governantes governam para poucos grupos poderosos e para benefício próprio, não para o bem de todos. 97% dos brasileiros acreditam nessa afirmativa.

Depois vêm México 90%), Paraguai (88%), República Dominicana (87%) e Colômbia (85%). Em toda a América Latina, 75% acreditam que os governantes estão governando para poucos grupo de elite. É o maior índice desde 2007.

Gráfico da Oxfam: porcentagem da população em seus respectivos países que consideram que o governo governa para poucos e em seu próprio benefício (Oxfram/Reprodução)

O descontentamento vem dos números que não mentem: a desigualdade aumentou na região. Em 2017, 37% da riqueza se concentrava nas mãos do 1% mais rico. É a maior concentração de renda desde 2000 e equiparada ao índice de 2013. Em 2002, "apenas" 28% da riqueza estava na mão dos 1% mais ricos.

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