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Brasileiro acusado de terrorismo é solto na Ucrânia

Rafael Marques Lusvarghi ficou mais de um ano detido na Ucrânia por supostos atos de terrorismo

Ucrânia: Brasileiro ainda será julgado após lutar com rebeldes contra o exército (Rob Stothard/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 14h18.

Última atualização em 3 de janeiro de 2018 às 14h18.

Genebra - O brasileiro Rafael Marques Lusvarghi ganhou liberdade provisória na Ucrânia , depois de mais de um ano detido por supostos atos de terrorismo no país. Ele ainda será julgado, depois de ter lutado ao lado de rebeldes contra o exército ucraniano.

O Itamaraty confirmou que o brasileiro se apresentou ao consultado do País em Kiev no final do ano e que o governo o ajudou com recursos e documentos. Entre 2014 e 2015, ele lutou pela criação da República Popular de Donetsk, ao lado de tropas acusadas de terem sido financiadas por Moscou.

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A independência da região jamais ocorreu, e o brasileiro acabou retornando ao Brasil. Em 2016, porém, decidiu voltar para a Ucrânia, desta vez para trabalhar como segurança. Mas foi preso ao desembarcar em Kiev.

Em janeiro de 2017, ele foi condenado a 13 anos de prisão por terrorismo. Mas um recurso foi apresentado, argumentando que ele confessou supostos crimes sob tortura. Oito meses depois, seu processo foi anulado e um novo julgamento terá de ocorrer.

No total, ele ficou preso entre outubro de 2016 e 18 de dezembro de 2017. Seu passaporte foi confiscado pelas autoridades que, segundo a reportagem apurou, devem marcar uma data para o julgamento nas próximas semanas.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em 2014, o brasileiro defendia suas ações. "Sou um guerreiro. Um guerreiro com convicções políticas e morais. Essas convicções me fazem apoiar a Nova Rússia e, como sou um guerreiro, essa é a melhor maneira que tenho de contribuir", disse.

"Eu devo ter uma dezena de habilidades militares de elite, a responsabilidade me obriga a lutar do lado correto", insistiu. "(Vladimir) Putin às vezes fornece alternativas na ordem mundial, o que é importante", completou.

Rafael Lusvarghi já foi soldado da Polícia Militar em São Paulo e, por sua "experiência", diz ter comandado um dos grupos armados separatistas, o Batalhão Prizrak.

Ele já havia sido preso em um protesto contra a Copa do Mundo em junho de 2014, ao lado do manifestante Fábio Hideki Harano. Mas, depois de pouco mais de um mês, ambos foram soltos, e a Justiça admitiu que os objetos que portavam no protesto no dia 23 de junho não eram explosivos, como havia denunciado a Polícia Civil.

A reportagem não conseguiu localizar o brasileiro nesta quarta-feira, dia 3. O espaço está aberto para manifestação.

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