"Brasil vive crise que pede novas providências", diz Temer
Para o vice-presidente, é preciso mudar a cada 25, 30 anos, as instituições que governam o país
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2016 às 17h49.
Brasília - Em meio à 24ª fase da Operação Lava Jato , que cumpriu mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Lula , o vice-presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira,4, que o Brasil vive mais um período de crise, que, como em outras situações da história do País, demanda "novas providências do povo brasileiro".
A declaração foi feita durante participação do peemedebistas no 106º Encontro do Conselho de Tribunais de Justiça, em Campo Grande (MS).
Segundo áudio da fala de Temer obtido pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o vice-presidente afirmou que, no Brasil, o Poder Executivo tem historicamente uma "vocação centralizadora muito forte" e que essa característica ficou evidente em vários períodos entre 1930 e 1991.
Segundo Temer, essa vocação foi, inclusive, uma das responsáveis por desencadear o Golpe de 1964, que levou o País novamente a uma concentração de poder que seguiu até a Constituição de 1988.
"Interessante. Estou dizendo isso apenas para fixar um aspecto temporal. O senhores percebem que, a cada 25, 30 anos, há um refluxo, quase um fatalismo histórico, um fluxo e refluxo institucional, começam a aparecer crises que demandam novas providências do povo brasileiro", afirmou o vice-presidente da República, primeiro da linha sucessória caso a presidente Dilma Rousseff seja impedida de continuar no cargo.
De acordo com Temer, atualmente o Brasil vive um desses momentos. "E mesmo que hoje, estamos aqui, estou dizendo que temos problemas hoje políticos, econômicos, etc., que podem gerar a ideia de uma crise institucional, o que é ruim para todos nós, porque você não consegue romper esse ciclo histórico.
Ou seja, a cada 25, 30 anos você tem que mudar as instituições", disse.
O peemedebista afirmou que, nessa cultura de centralização do Executivo, o Judiciário é o responsável por dar estabilidade e harmonia ao sistema político.
"Por isso, o poder Judiciário, se diz, tem que ter uma tranquilidade absoluta, uma moderação, um equilíbrio, que tem sido a marca, aliás, dos judiciários de todo o País e das cortes superiores", afirmou.
Segundo ele, o Legislativo não tem como dar essa estabilidade e harmonia, pois é um poder em que há muitos conflitos.
Candidatura própria
Após o evento, Temer participou, ainda em Campo Grande, de ato de campanha à sua reeleição para presidente do PMDB.
No evento da sigla, ele reafirmou a defesa de candidatura própria do partido à Presidência em 2018 e não fez comentários diretos sobre a Lava Jato. Segundo apurou o Broadcast Político, o vice-presidente se manterá reservado, esperando o desenrolar dos fatos.
Por isso, cancelou sua agenda pública após os eventos em Campo Grande e seguiu para São Paulo.
Brasília - Em meio à 24ª fase da Operação Lava Jato , que cumpriu mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Lula , o vice-presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira,4, que o Brasil vive mais um período de crise, que, como em outras situações da história do País, demanda "novas providências do povo brasileiro".
A declaração foi feita durante participação do peemedebistas no 106º Encontro do Conselho de Tribunais de Justiça, em Campo Grande (MS).
Segundo áudio da fala de Temer obtido pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o vice-presidente afirmou que, no Brasil, o Poder Executivo tem historicamente uma "vocação centralizadora muito forte" e que essa característica ficou evidente em vários períodos entre 1930 e 1991.
Segundo Temer, essa vocação foi, inclusive, uma das responsáveis por desencadear o Golpe de 1964, que levou o País novamente a uma concentração de poder que seguiu até a Constituição de 1988.
"Interessante. Estou dizendo isso apenas para fixar um aspecto temporal. O senhores percebem que, a cada 25, 30 anos, há um refluxo, quase um fatalismo histórico, um fluxo e refluxo institucional, começam a aparecer crises que demandam novas providências do povo brasileiro", afirmou o vice-presidente da República, primeiro da linha sucessória caso a presidente Dilma Rousseff seja impedida de continuar no cargo.
De acordo com Temer, atualmente o Brasil vive um desses momentos. "E mesmo que hoje, estamos aqui, estou dizendo que temos problemas hoje políticos, econômicos, etc., que podem gerar a ideia de uma crise institucional, o que é ruim para todos nós, porque você não consegue romper esse ciclo histórico.
Ou seja, a cada 25, 30 anos você tem que mudar as instituições", disse.
O peemedebista afirmou que, nessa cultura de centralização do Executivo, o Judiciário é o responsável por dar estabilidade e harmonia ao sistema político.
"Por isso, o poder Judiciário, se diz, tem que ter uma tranquilidade absoluta, uma moderação, um equilíbrio, que tem sido a marca, aliás, dos judiciários de todo o País e das cortes superiores", afirmou.
Segundo ele, o Legislativo não tem como dar essa estabilidade e harmonia, pois é um poder em que há muitos conflitos.
Candidatura própria
Após o evento, Temer participou, ainda em Campo Grande, de ato de campanha à sua reeleição para presidente do PMDB.
No evento da sigla, ele reafirmou a defesa de candidatura própria do partido à Presidência em 2018 e não fez comentários diretos sobre a Lava Jato. Segundo apurou o Broadcast Político, o vice-presidente se manterá reservado, esperando o desenrolar dos fatos.
Por isso, cancelou sua agenda pública após os eventos em Campo Grande e seguiu para São Paulo.