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Brasil vai pedir aos EUA registros da CIA sobre período da ditadura

A medida atende a um pedido feito pelo presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, filho do jornalista assassinado pelo regime

EUA: registro da agência de inteligência do país informa que o ex-presidente Ernesto Geisel aprovou uma política de "execuções sumárias" de opositores do regime (Jonathan Ferrey/Getty Images)

EUA: registro da agência de inteligência do país informa que o ex-presidente Ernesto Geisel aprovou uma política de "execuções sumárias" de opositores do regime (Jonathan Ferrey/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de maio de 2018 às 18h00.

Brasília - O governo brasileiro, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, vai solicitar aos Estados Unidos registros da Agência Central de Inteligência (CIA) sobre a ditadura brasileira.

Em visita à China, o chanceler Aloysio Nunes confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que vai requisitar os documentos "que ainda não foram publicados."

A medida atende a um pedido feito pelo presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog. Na última sexta-feira, ele enviou carta ao Itamaraty solicitando ajuda para obter junto ao governo norte-americano "a liberação completa dos registros realizados pela Agência Central de Inteligência (CIA), que documentam a participação de agentes do Estado brasileiro em operações para torturarem ou assassinarem cidadãos brasileiros."

Ao saber da carta, no sábado, Aloysio instruiu a embaixada brasileira em Washington a solicitar os documentos.

A iniciativa do governo brasileiro se segue à revelação feita na semana passada pelo pesquisador da Fundação Getúlio Vargas Matias Spektor, sobre um registro da CIA de 1974 informando que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) aprovou uma política de "execuções sumárias" de opositores do regime.

"Os documentos históricos que narram este terrível capítulo de nossa história e que o Estado brasileiro, através das suas Forças Armadas, proclama estarem destruídos, foram preservados por outra nação", diz a carta do Instituto.

A informação estava em um documento desclassificado pelo Departamento de Estado dos EUA em 2015. Assim como esse, há outros que ainda serão tornados públicos e que poderão lançar novas luzes sobre esse período da história brasileira.

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