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'Brasil vai crescer mais do que o mercado espera', diz Sachsida

Se o presidente for reeleito, chefe da assessoria especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia diz que agenda seguirá a mesma

Chefe da assessoria especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, economista está com Bolsonaro desde 2018 (Anderson Riedel/PR/Flickr)

Chefe da assessoria especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, economista está com Bolsonaro desde 2018 (Anderson Riedel/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2022 às 12h32.

Chefe da assessoria especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia desde fevereiro, após passar pela Secretaria de Política Econômica (SPE), o economista Adolfo Sachsida está com Jair Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018.

Ele diz que, se o presidente for reeleito, a agenda seguirá a mesma: consolidação fiscal e reformas pró-mercado para o aumento da produtividade, e que é preciso insistir em políticas como a de privatizações.

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Aos críticos, responde que o Brasil vai crescer mais do que o mercado está esperando em 2022.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

O governo aposta nos investimentos privados que foram contratados para impulsionar o PIB nos próximos anos. Vai funcionar?

Fizemos alterações na política econômica para os investimentos privados. A primeira é a mudança na regra de concessões. Hoje, ganha quem promete o melhor investimento e o papel da outorga fica em segundo plano. Nós já temos R$ 1,33 trilhão de investimentos contratados, e R$ 356 bilhões até 2025. Para 2022, são R$ 78,1 bilhões, quase 1% do PIB. Além disso, há R$ 130 bilhões de outorga que recebemos. A segunda mudança está relacionada ao crédito. Em dezembro de 2015, 51% do crédito eram livres. Hoje, são 60%.

E qual a vantagem disso?

Há a ampliação das possibilidades, financiando investimentos produtivos, e não os que o governo escolhe. Outra mudança foi a desestatização do crédito. Em dezembro de 2015, os bancos privados participavam de 44% do crédito; hoje, de 57%. O investimento privado é financiado por crédito livre via bancos privados. No passado, era via bancos públicos.

Do ponto de vista macro, o que isso representa?

Criamos 14 instrumentos financeiros. É uma revolução em crédito, capitais e garantia. Quando chegamos, havia a discussão se o Brasil cresceria muito ou não, tendo em vista as quedas do PIB. A literatura mostra que, a depender do tipo de choque, as economias perdem de forma permanente 5% do PIB per capita, e isso é relacionado às garantias.

O que vem pela frente na agenda econômica?

O que fazemos é trabalhar para melhorar o desenho dos instrumentos financeiros. Por exemplo, a CPR (Cédula de Produtor Rural) digital fez uso de uma mudança importante que foi o GovBR. Chamo atenção para a Letra de Risco de Seguro (LRS). Esse instrumento é muito famoso no exterior. Vai irrigar o mercado de seguro ao mercado de capitais e pulverizar o risco. Uma agenda que estamos trabalhando é o mercado de seguros, que, com a aprovação da Instituição Gestora de Garantias (IGGs), vai ter um boom.

O que se pode esperar se o presidente for reeleito?

A mesma agenda: consolidação fiscal e reformas pró-mercado para o aumento da produtividade. O mercado pode ter certeza absoluta; nós vamos continuar na agenda que colocou todo o país do mundo ocidental no caminho da prosperidade, consolidar o lado fiscal.

O que é consolidar o lado fiscal?

É o respeito ao teto de gastos, continuar reduzindo a relação gasto do governo e PIB, evoluir para uma trajetória de estabilidade da dívida pública, seguir com a política de devolver o excesso de arrecadação para a população. Ainda temos uma ampla agenda pró-mercado para trabalhar. Por exemplo, é fundamental melhorar a eficiência do setor elétrico. Tenho certeza que, assim que essa discussão avançar, vamos melhorá-lo.

Melhorar como? Vendendo a Eletrobras?

É uma parte. Vender a Eletrobras é uma prioridade para o nosso governo. Temos que insistir na agenda de privatizações e concessões. Agora, além disso, existem alguns desenhos equivocados que foram feitos no passado no mercado de energia. Esse mercado precisa voltar a fazer sentido.

Muitos acreditam que a economia pode prejudicar a reeleição do presidente.

Vamos ver. Agora é a minha vez de fazer uma provocação. A economia vai crescer mais do que o mercado está esperando em 2022, o emprego vai continuar crescendo e o investimento privado seguirá vindo. Vamos dar a resposta dentro de campo como sempre.

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