Brasil vai contestar na OMC decisão dos EUA de sobretaxar aço
"Não é a primeira vez que os Estados Unidos toma esse tipo de iniciativa e isso nos preocupa bastante", disse secretário do Ministério das Indústrias
Agência Brasil
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 18h32.
O secretário executivo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Fernando Furlan, informou hoje (25), em evento no Rio de Janeiro, que o governo brasileiro vai contestar, na Organização Mundial do Comércio (OMC), a decisão dos Estados Unidos de sobretaxar produtos siderúrgicos brasileiros.
Os EUA acusam o Brasil de dar subsídios à fabricação de aços laminados. Furlan garantiu que o governo brasileiro não dá vantagem indevida às companhias nacionais e que tentará reverter a situação o mais rápido possível.
"Eles [governo norte-americano] tomaram medidas compensatórias, uma sobretaxa ao imposto de importação, então, para cada tonelada do produto de aço brasileiro, além da taxa normal, é colocado uma sobretaxa no desembaraço aduaneiro", disse Furlan.
"O Brasil é um grande exportador de aço lá. Não é a primeira vez que os Estados Unidos toma esse tipo de iniciativa e isso nos preocupa bastante".
Furlan explicou que primeiro haverá uma consulta bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, na tentativa de chegar a um acordo e evitar a "judicialização" no sistema de solução de controvérsias na OMC.
A abertura da consulta foi autorizada na última reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), em setembro, e o Itamaraty concluiu material para solicitar a consulta a OMC. As reuniões bilaterais devem ocorrer no início do ano que vem.
Caso não haja acordo, será feito então pedido de painel de especialistas para a decisão final, que pode demorar mais um ano. Sem o acordo, a contenda pode levar cerca de um ano e meio. Se o Brasil ganhar a disputa, os americanos deverão dar uma compensação dos prejuízos causados ao setor.
Dentre os mecanismos que os Estados Unidos consideram mecanismos de apoio à indústria estão o linha Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre outros.
Furlan participou do Congresso Latinoamericano de Aço (Alacero), no Rio de Janeiro. Ele representou o ministério mesmo já estando exonerado, como publicado hoje no Diário Oficial da União.