Exame Logo

Brasil tem notas ruins no ranking de conhecimentos básicos

O Brasil ficou em 58º lugar, apesar de apresentar uma melhoria na taxa de escolarização e acesso acesso à educação

Estudantes em protesto: "maus resultados têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior" (Reuters / Nacho Doce)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 09h25.

Mais de 25% dos estudantes têm notas ruins em matemática, interpretação de texto e/ou ciências, afirma um relatório da OCDE divulgado nesta quarta-feira e que incentiva os países a investirem na educação para um retorno favorável a longo prazo.

Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que realizou a pequisa para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a luta contra os maus resultados escolares, que dizem respeito a 28% dos alunos de 15 anos, é onerosa, mas uma medida rentável a longo prazo.

Os dados reunidos este ano serviram de base para o novo relatório chamado "Estudantes com baixo desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los?".

O estudo diz respeito a 13 milhões de alunos com resultados ruins em uma lista de 64 países.

O Brasil ficou em 58º lugar, apesar de apresentar uma melhoria na taxa de escolarização e acesso acesso à educação.

"Os maus resultados escolares têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram, inclusive, em um estado estado de recessão permanente", alerta o informe.

Os benefícios da luta contra este fenômeno "superam de longe os custos da melhoria", afirma a organização.

Se de hoje até 2030 cada aluno de 15 anos conseguir "adquirir uma bagagem mínima de competências fundamentais" em literatura e matemática nos países de alta renda da OCDE, os benefícios a longo prazo para a economia destes países poderão alcançar "aproximadamente 1,5 vezes seus PIB atuais", afirma a OCDE.

Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.

Como entre eles não há muita coisa em comum, a organização chega à conclusão de que "todos os países podem melhorar os resultados de seus alunos" se decidirem que é uma "prioridade de sua política educacional" e fornecerem os recursos suplementares.

"É preciso envolver os pais e as coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias".

A OCDE também defende "programas específicos para os alunos imigrados, que falam uma língua minoritária ou que vivam na zona rural, a luta contra os estereótipos de gênero e a redução das desigualdades de acesso à educação".

Fatores de risco

Vários fatores podem contribuir para que os alunos tenham resultados ruins: a probabilidade de estar nessa situação é 2,5 vezes maior para os jovens procedentes da migração e que não falam em casa a mesma íngua que na escola.

O risco é também maior quando se vive no campo ou em uma família monoparental.

Quando se acumulam vários fatores de risco, a possibilidade de ter maus resultados em matemáticas acabam em 76% para uma menina procedente da imigração, que fala em casa outro idioma que na escola, que vive numa família monoparental e na zona rural.

Não apenas os fatores de risco são maiores para os alunos de setores sociais desfavorecidos, como também "têm uma incidência mais forte em seus resultados".

Na média, mais de um terço da diferença dos resultados em matemáticas entre alunos é atribuível à diferença entre os estabelecimentos de ensino.

Por fim, os alunos com más classificações faltam mais as aulas do que os demais, têm menos perseverança e menos confiança de si mesmo, o que não é surpreendente.

Em compensação, o que surpreende é que geralmente esses alunos "dedicam um tempo equivalente a certas atividades" vinculadas com as matemáticas, como a informática e jogos como xadrez.

Veja também

Mais de 25% dos estudantes têm notas ruins em matemática, interpretação de texto e/ou ciências, afirma um relatório da OCDE divulgado nesta quarta-feira e que incentiva os países a investirem na educação para um retorno favorável a longo prazo.

Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que realizou a pequisa para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a luta contra os maus resultados escolares, que dizem respeito a 28% dos alunos de 15 anos, é onerosa, mas uma medida rentável a longo prazo.

Os dados reunidos este ano serviram de base para o novo relatório chamado "Estudantes com baixo desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los?".

O estudo diz respeito a 13 milhões de alunos com resultados ruins em uma lista de 64 países.

O Brasil ficou em 58º lugar, apesar de apresentar uma melhoria na taxa de escolarização e acesso acesso à educação.

"Os maus resultados escolares têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram, inclusive, em um estado estado de recessão permanente", alerta o informe.

Os benefícios da luta contra este fenômeno "superam de longe os custos da melhoria", afirma a organização.

Se de hoje até 2030 cada aluno de 15 anos conseguir "adquirir uma bagagem mínima de competências fundamentais" em literatura e matemática nos países de alta renda da OCDE, os benefícios a longo prazo para a economia destes países poderão alcançar "aproximadamente 1,5 vezes seus PIB atuais", afirma a OCDE.

Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.

Como entre eles não há muita coisa em comum, a organização chega à conclusão de que "todos os países podem melhorar os resultados de seus alunos" se decidirem que é uma "prioridade de sua política educacional" e fornecerem os recursos suplementares.

"É preciso envolver os pais e as coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias".

A OCDE também defende "programas específicos para os alunos imigrados, que falam uma língua minoritária ou que vivam na zona rural, a luta contra os estereótipos de gênero e a redução das desigualdades de acesso à educação".

Fatores de risco

Vários fatores podem contribuir para que os alunos tenham resultados ruins: a probabilidade de estar nessa situação é 2,5 vezes maior para os jovens procedentes da migração e que não falam em casa a mesma íngua que na escola.

O risco é também maior quando se vive no campo ou em uma família monoparental.

Quando se acumulam vários fatores de risco, a possibilidade de ter maus resultados em matemáticas acabam em 76% para uma menina procedente da imigração, que fala em casa outro idioma que na escola, que vive numa família monoparental e na zona rural.

Não apenas os fatores de risco são maiores para os alunos de setores sociais desfavorecidos, como também "têm uma incidência mais forte em seus resultados".

Na média, mais de um terço da diferença dos resultados em matemáticas entre alunos é atribuível à diferença entre os estabelecimentos de ensino.

Por fim, os alunos com más classificações faltam mais as aulas do que os demais, têm menos perseverança e menos confiança de si mesmo, o que não é surpreendente.

Em compensação, o que surpreende é que geralmente esses alunos "dedicam um tempo equivalente a certas atividades" vinculadas com as matemáticas, como a informática e jogos como xadrez.

Acompanhe tudo sobre:Educação no BrasilEscolasOCDEPisa

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame