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Brasil tem menos mulheres no Congresso do que o Níger, país com o pior IDH

Dados do Pnud mostram que mulheres brasileiras possuem mais estudo do que os homens, estão em melhores condições de saúde, mas têm renda menor

Maria do Rosário, Tábata Amaral e Joice Hasselman: baixa participação política das mulheres é um dos fatores que contribuem para elevada desigualdade de gênero ((Pablo Valadares/ Luis Macedo/Luis Macedo)/Exame)

Maria do Rosário, Tábata Amaral e Joice Hasselman: baixa participação política das mulheres é um dos fatores que contribuem para elevada desigualdade de gênero ((Pablo Valadares/ Luis Macedo/Luis Macedo)/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 09h52.

Última atualização em 9 de dezembro de 2019 às 12h10.

São Paulo — Apenas 15% dos assentos no Congresso Nacional são ocupados por mulheres, segundo estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, divulgado nesta segunda-feira (9). O país com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, o Níger, tem mais mulheres com assento no parlamento — elas ocupam 17% das cadeiras — , do que o Brasil.

Os dados fazem parte do relatório "Além da renda, além das medidas, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI", que analisa as desigualdades propondo diversas recomendações de políticas públicas para superá-las.

O relatório é o responsável pela divulgação anual do Índice de Desenvolvimento Humano, onde o Brasil caiu uma posição e ficou no 79º lugar. Os países são divididos em quatro categorias de IDH: muito alto, ato, médio e baixo. O Brasil é classificado entre os países de alto desenvolvimento humano — aqueles que estão entre o 63º e o 116º lugares no ranking.

Os dados divulgados hoje são correspondentes a 2018. No final do próximo ano será publicado o estudo do ano de 2019.

Mulheres estudam mais, mas ganham menos

Além do IDH, o relatório mede o Índice de Desenvolvimento de Gênero (IDG), utilizando indicadores de renda, educação e saúde. As mulheres brasileiras possuem mais estudo do que os homens, estão em melhores condições de saúde, mas sua renda é significativamente inferior.

A expectativa é de que as mulheres estudem 15,8 anos, frente a 15 anos dos homens. A média de anos de estudos delas é de 8,1, enquando eles investem cerca de 7,6 anos em formação escolar e universitária.

Mesmo com mais escolaridade, a renda das mulheres no país é 41,5% menor que a dos homens. Pelo conceito de renda nacional bruta per capita, eles ganham US$ 17.827 por ano, enquanto elas ficam com US$ 10.432.

Os dados do relatório mostram ainda que as mulheres brasileiras vivem mais, mas têm menos desenvolvimento humano. Isso porque recebem muito menos por sua força de trabalho. No Brasil, a esperança de vida ao nascer é de 79,4 anos para as mulheres e de 72 anos para os homens.

Segundo o Pnud, o Brasil é um dos países com elevada desigualdade de gênero. Está na 89ª posição num ranking que inclui 162 nações para as quais foi calculado o IDG.

O país onde a situação entre homens e mulheres é mais equilibrada é a Suíça. Já a maior desigualdade está no Iêmen. O indicador inclui dados como taxa de mortalidade materna, gravidez na adolescência, participação no parlamento e no mercado de trabalho.

No Brasil, a esperança de vida ao nascer é de 79,4 anos para as mulheres e de 72 anos para os homens. Já a média de estudo das mulheres é de 8,1 anos, e dos homens, 7,6 anos.

No país, 61% das mulheres adultas atingiram pelo menos o nível secundário em educação (ensino médio) em comparação com 57,7% de seus colegas homens. No mundo, são 62,8% e 71,2%, respectivamente.

Na saúde, 44 brasileiras morrem para cada 100 mil nascidos vivos. E para cada 1.000 jovens entre 15 e 19 anos, 59,1 são mães durante a adolescência.

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