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Brasil tem 1º caso confirmado de coronavírus, mas ainda falta novo teste

Homem tem 61 anos, é de São Paulo, e fez uma viagem à Itália, país que teve um salto no número de casos nesta semana

Passageiros com máscaras desembarcam no Brasil: país ainda não tinha casos confirmados (Pilar Olivares/Reuters)

Passageiros com máscaras desembarcam no Brasil: país ainda não tinha casos confirmados (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de fevereiro de 2020 às 20h57.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2020 às 09h40.

São Paulo — O Brasil teve nesta terça-feira, 25, um primeiro teste positivo de coronavírus. Trata-se, segundo o Ministério da Saúde, de um homem de 61 anos, residente em São Paulo, com histórico de viagem para a Itália, na região da Lombardia (norte do país), a trabalho, sozinho, no período de 9 a 21 de fevereiro. Ainda falta novo teste, que ocorrerá nesta quarta-feira, 26, para tratar o diagnóstico como confirmado.

Na tarde desta terça, o caso foi relatado pelo Hospital Israelita Albert Einstein como suspeito de coronavírus. Com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova.

Este processo de validação dos resultados está em curso e o Ministério da Saúde divulgará o laudo final da investigação oportunamente, segundo a pasta. A pasta recomenda, portanto, cautela sobre quaisquer informações que não sejam as oficiais, uma vez que a investigação não está concluída.

Outros casos

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo investiga outros três casos suspeitos de coronavírus no Estado, todos adultos.

Todos são viajantes que vieram de algum dos países que entraram na lista de vigilância do Ministério da Saúde. Além da Itália, de onde veio o paciente com confirmação do caso, figura no rol de países que demandam atenção a Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes.

O Ministério da Saúde incluiu oito desses países na segunda-feira, 24, no rol de suspeitos depois que eles começaram a apresentar novos casos da doença.

O Brasil recebeu pelo menos 5,3 mil voos, no ano passado, desses países. O número de passageiros que vieram da Itália, França Alemanha e Emirados Árabes soma 1,3 milhão de pessoas, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

De acordo com a secretaria, 26 casos já foram descartados em São Paulo.

O órgão de saúde lembra que pessoas que apresentarem sintomas como febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza e que tenham histórico de viagem em área com circulação do vírus ou contato próximo com algum caso suspeito ou confirmado par ao vírus devem procurar o serviço de saúde. A prevenção pode ser feita com uso de máscaras, higienização das mãos e não compartilhamento de objetos de uso pessoal.

Em todo o Brasil, já foram descartados 54 casos suspeitos. Até segunda-feira, o Ministério da Saúde indicou que, além dos casos paulistas, havia mais um no Rio. Os secretários estaduais de saúde avaliam ser questão de tempo até o Brasil ter um caso confirmado do novo coronavírus.

Apesar disso, consideram que o País está pronto para conter o avanço da doença e tratar os pacientes, disse ao Estado, Alberto Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Efeitos nos mercados

O crescimento dos casos de coronavírus em locais fora da China continental, como a Europa, fizeram os mercados financeiros fecharem em queda nesta terça-feira. Na véspera, os índices europeus já haviam despencado.

Além do enfraquecimento das ações de companhias aéreas e de turismo, o surto tem levantado questões sobre o quanto a China conseguirá crescer neste ano após praticamente parar sua economia nos último mês.

Uma possível desaceleração global também levantou especulações sobre os próximos movimentos do Federal Reserva System, o banco central americano, que pode cortar os juros nos Estados Unidos para aquecer a economia do país.

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