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Brasil rejeita exigências adicionais para rodada Doha

Ministro das Relações Exteriores do país avisou que não haverá negociação caso os países ricos insistam em acrescentar novos pontos

O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota (Cristiano Mariz/VEJA)

O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota (Cristiano Mariz/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 14h09.

Brasília - Os Estados Unidos e outros países ricos estão fazendo exigências que não são razoáveis nas negociações da rodada Doha de comércio global, afirmou o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, nesta sexta-feira.

O comentário do ministro, feito durante programa de rádio "Bom Dia Ministro", coincide com uma retomada das negociações travadas há anos na Organização Mundial de Comércio.

O Brasil apoia a continuação da rodada Doha com base em um acordo preliminar que quase levou a um texto final em meados de 2008. O país, no entanto, rejeita a exigência de que os países em desenvolvimento tenham que fazer mais concessões, disse Patriota.

"O que nós não consideramos razoável é que países desenvolvidos, entre eles os Estados Unidos em particular, exijam uma contraparte adicional àquela que estava sendo prevista em 2008", disse o chanceler.

O Brasil ainda negocia com boa fé, acrescentou.

Os comentários de Patriota indicam que o governo da presidente Dilma Rousseff continuará jogando duro em questões de comércio com Washington, apesar de recentes sinais de que há o desejo de melhorar as relações com os Estados Unidos.

Na opinião do chanceler, as demandas dos EUA para com as nações em desenvolvimento não seriam justificáveis, particularmente depois que os países ricos iniciaram a crise financeira de 2008 e 2009 e os mercados emergentes foram fundamentais no processo de recuperação.

O Brasil rejeita a demanda norte-americana por mais acesso a mercado nas áreas de serviços e bens não-agrícolas, segundo uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores.

Ao falar sobre a pauta de negociações com os Estados Unidos, o ministro disse não acreditar que, pelo menos no curto prazo, os EUA retirem a barreira ao etanol brasileiro.

"Outro aspecto é a tarifa que é imposta pelo congresso americano ao etanol brasileiro. Essa tarifa efetivamente tem penalizado as exportações brasileiras e não há perspectiva de eliminação a curto prazo. Porque ela envolve interesse regionais específicos", disse.

Os Estados Unidos cobram, hoje, alíquota de importação para o etanol brasileiro de 54 centavos de dólar por galão.

Patriota disse ainda que a decisão do governo brasileiro de não extraditar o ex-ativista italiano Cesare Battisti não afeta a relação diplomática entre Brasil e Itália. "Não identifico problemas no relacionamento diplomático", disse.

Patriota também confirmou que a presidente Dilma Rousseff vai à China em abril. Segundo ele, Dilma chega a Pequim no dia 13 de abril e, nos dias 14 e 15 do mesmo mês reúne-se, na China, com os demais chefes de estado dos chamados Brics.

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